Na próxima quarta-feira, 10 de abril, o seminário Sustainable Mobility: Ethanol Talks desembarca em Hanói, capital do Vietnã, para discutir oportunidades para o biocombustível na mobilidade sustentável. Será a décima edição do projeto lançado em 2020, com o intuito de fortalecer a agenda de etanol no exterior e hoje é realizado à luz da Aliança Global para os Biocombustíveis (GBA).
O Ethanol Talks é realizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA) e Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), apoio da Embaixada do Brasil em Hanói e de parceiros locais.
A abertura será feita pelo ministro de Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, ao lado do presidente da UNICA, Evandro Gussi, e do diretor-executivo do APLA, Flávio Castellari. Os debates técnicos contam com especialistas do Brasil e da Ásia, divididos em três painéis temáticos: políticas públicas; o uso do etanol e a indústria automotiva; e soluções tecnológicas para a descarbonização.
“O Ethanol Talks é uma oportunidade ímpar de diálogo e cooperação para acelerar a transição energética em países com vocação para a agroindústria de bioenergia, como os países do Sul Global”, afirma Evandro Gussi. “Estima-se que mais de três bilhões de pessoas que vivem nessa região geográfica podem ser beneficiadas com a adoção de biocombustíveis”, completa.
Redução de emissões
Atualmente, mais de 70 países no mundo já possuem mandatos que estabelecem algum nível de mistura de etanol na gasolina. O biocombustível tem uma das menores pegadas de carbono, podendo reduzir em até 90% quando comparado à gasolina. No Brasil, desde que os carros flex foram lançados em 2003, o uso de etanol evitou a emissão de cerca de 660 milhões de toneladas de CO2. Além do hidratado (E100), é mandatório no país a mistura de 27% de etanol na gasolina.
No Vietnã, o uso de biocombustíveis faz parte da estratégia para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, em conformidade com os compromissos assumidos pelo país no âmbito do Acordo de Paris. O país asiático tem como meta reduzir até 2030 de 15.8% a 43,5% de suas emissões globais de CO2.
A proporção de mistura de biocombustíveis é regulada por decreto desde 2012. Embora a legislação permita a distribuição de diferentes percentuais de mistura no mercado vietnamita, está disponível atualmente nos postos locais apenas dois produtos, a gasolina sem mistura e a gasolina E5, com 5% de etanol.
“A partir da experiência brasileira, podemos contribuir para o avanço da agenda de etanol no Vietnã, compartilhando soluções para o desenvolvimento da agroindústria para produção de biocombustíveis, a exemplo da nossa parceria com outros países da Ásia”, afirma Flávio Castellari, diretor-executivo do APLA.
Nos países asiáticos, assim como em outras partes do mundo, são diversos os desafios para a ampliação da mistura de etanol na gasolina a nível nacional, como infraestrutura, custo, disponibilidade do produto e questões regulatórias.
Conversas pelo mundo
Os seminários Sustainable Mobility: Ethanol Talks proporcionam o diálogo sobre a produção e utilização de etanol para a mobilidade sustentável. Participam especialistas, legisladores, reguladores e representantes da indústria do Brasil e do país anfitrião, em debates sobre os benefícios econômicos, sociais e ambientais do etanol, além de questões importantes de operacionalização.
Desde 2020, foram realizadas edições em Nova Déli (Índia), Bangkok (Tailândia) e Islamabad (Paquistão), Buenos Aires (Argentina), San José (Costa Rica), cidade da Guatemala (Guatemala), Nova Déli (Índia) e Jacarta (Indonésia).
Um dos resultados desse intercâmbio é o Memorando de Entendimento, assinado em 2022, pela UNICA e a Associação Indiana dos Fabricantes dos Automóveis (SIAM). O documento prevê uma série de iniciativas focadas em políticas para reduzir os níveis de emissão de gases de efeito estufa a partir do uso de etanol. Também estabelece o intercâmbio de informações sobre biomassa e acesso ao mercado e sustentabilidade dos biocombustíveis, além do já criado Centro Virtual de Excelência em bioenergia.
Fonte: UNICA