Mais da metade da meta de 2024 do RenovaBio já está disponível

Por Giully Regina

Terminado o prazo para a apresentação das metas do programa RenovaBio referentes a 2023, 55 distribuidoras não cumpriram seus objetivos individuais de aposentadoria de créditos de descarbonização (CBios), segundo informações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com a agência, as distribuidoras com metas a cumprir no programa retiraram de circulação 33,1 milhões de títulos, ou 88% do montante estabelecido para o ano, de 37,47 milhões de CBios. Já em relação às metas individuais, que somam as obrigações não cumpridas de 2022 e que chegaram a 40,9 milhões de créditos, 81% do total foi aposentado.

Agora, além do volume deixado para trás, as companhias terão de retirar de circulação 38,78 milhões de CBios referentes à meta de 2024, que deverá ser entregue até 31 de dezembro deste ano.

Na primeira quinzena de abril, 61,08 mil CBios foram aposentados. Em comparação com os 441,05 mil que foram retirados de circulação no mesmo período de 2023, houve uma queda de 86,2%.

Como a Bolsa de Valores Brasileira (B3), única entidade registradora do RenovaBio, não informa quem solicitou a aposentadoria dos créditos, é possível que uma parte deste volume seja referente a investidores que não têm compromissos com o programa.

Posse e emissões

No dia 16 de abril, a B3 iniciou sua sessão com 19,05 milhões de CBios em circulação. Do total, 50,8%, ou 9,67 milhões de títulos, estavam em posse das usinas certificadas no programa.

Já as distribuidoras com metas a cumprir detinham 8,78 milhões de créditos, o equivalente a 46,1% do montante. Por fim, os 603,06 mil créditos restantes (3,2%) estavam com investidores sem metas. Os CBios atualmente em circulação seriam suficientes para alcançar 49,1% da meta atual, de 38,78 milhões de créditos. Somando com os títulos já aposentados na quinzena, o percentual sobe para 50,7%.

Considerando também os 2,3 milhões de CBios aposentados antecipadamente pelas distribuidoras, conforme informado pela ANP, o total passa a ser de 21,41 milhões de CBios, ou 55,2% do objetivo total.

Na primeira metade de abril, as usinas certificadas no programa emitiram 1,19 milhão de títulos. Em comparação com os 639,08 mil créditos disponibilizados no mesmo período do ano passado, houve uma alta de 86%. Considerando o acumulado do ano, por sua vez, foram escriturados 11,61 milhões de créditos. De acordo com ANP, 325 unidades participam do RenovaBio atualmente. Destas, quatro fabricam biometano e outras 38, biodiesel.

Dentre as 283 usinas de etanol certificadas, 270 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; seis processam cana e milho; seis, apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada. Desde o início do programa até agora, 127,84 milhões de créditos já foram emitidos pelas usinas.

Preços com leve alta

Na primeira quinzena de abril, os preços dos CBios ficaram praticamente estáveis, com uma leve alta de 1,1%. No período, o valor médio de negociação dos créditos foi de R$ 99,19.

Embora o preço esteja 6% abaixo da média de 2024, de R$ 105,53, ele ainda está 11,2% acima da média histórica do programa, de R$ 89,19. Os números são resultado de cálculos realizados pelo NovaCana a partir dos dados da B3.

De 1º a 15 de abril, os CBios foram comercializados entre R$ 93 e R$ 116,50. Ambos os valores foram registrados no primeiro dia do mês. Desde o início do RenovaBio, os preços dos créditos variaram entre R$ 15 e R$ 209,05. Ainda conforme a B3, 1,58 mil negociações foram registradas na quinzena, movimentando 2,39 milhões de créditos.

“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.

Fonte: NovaCana