Etanol de milho: até quando as usinas de cana podem ignorar essa mudança no mercado?

Etanol feito a partir do milho – Foto: Freepik

Etanol de milho: assunto que deixou de ser secundário. Em entrrevista ao JornalCana 360, o CEO da Pró-Usinas, Josias Messias, é categórico: “não dá mais pra tratar etanol de milho como assunto secundário”. A afirmação vem amparada por uma pesquisa inédita realizada pelo JornalCana com executivos C-level de usinas de cana-de-açúcar.

O levantamento revela uma guinada estratégica do setor:

22% já têm interesse direto no etanol de milho
13% avaliam impactos no negócio
20% mantêm estudos em andamento
7% têm projetos estruturados

Somando tudo, 63% das usinas já estão olhando seriamente para este mercado — um número que, segundo Josias, mostra maturidade e urgência estratégica. “É o assunto do momento, inclusive para usinas 100% de cana”, reforça.

O que explica o avanço acelerado de algumas usinas?

O modelo é competitivo porque combina capex menor, opex reduzido e forte flexibilidade operacional.
Exemplos como Neomille (Cerradinho Bio) e Inpasa mostram empresas que não trataram o etanol de milho apenas como industrialização, mas como uma estratégia integrada: logística própria, compra de vagões, parcerias com ferrovias e inteligência comercial para DDG, DDGS e óleo de milho.

“Esse é o diferencial. São empresas que enxergam o negócio como um todo e capitalizam nisso. É por isso que estão crescendo acima da média”, afirma Josias.

Fonte: Jornal Cana