Petróleo caminha para pior mês desde setembro com negociações de paz na Ucrânia

Maquinário para extração de petróleo – Fonte: Getty Images

Os preços do petróleo operam em queda no início desta sexta-feira, caminhando para o pior desempenho mensal desde setembro. As preocupações com tarifas comerciais nos Estados Unidos e a expectativa de um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pesam mais que os receios sobre interrupções na oferta.

O barril do petróleo Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), recuava 0,98%, para US$ 72,85, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, desvalorizava-se 1,11%, negociado a US$ 69,56 às 7h45 de Brasília.

Os dois contratos, com vencimento em abril, devem encerrar fevereiro com uma desvalorização superior a 3%, registrando o pior desempenho mensal desde setembro. Esta é a primeira queda mensal do petróleo em três meses.

Na quarta-feira, o presidente Donald Trump revogou a licença da Chevron (NYSE:CVX) para operar na Venezuela, interrompendo as importações norte-americanas de petróleo venezuelano, que neste ano estavam em torno de 270 mil barris por dia.

Além disso, Trump retomou a campanha de “pressão máxima” contra o Irã, buscando reduzir as exportações iranianas a zero. O plano mira intermediários, operadores de petroleiros e empresas de transporte envolvidas na comercialização do petróleo iraniano.

Enquanto isso, a Opep+ avalia se seguirá com o aumento programado da produção em abril de 2025. A aliança, que atualmente mantém um corte de 5,85 milhões de barris diários, enfrenta divergências internas sobre a decisão.

Apesar dos temores de restrição na oferta, o petróleo caminha para fechar o mês em queda devido às incertezas sobre as tarifas comerciais de Trump e a possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

Um desfecho positivo nas negociações entre os dois países poderia resultar na suspensão de sanções contra a Rússia, ampliando a oferta global de petróleo e pressionando os preços para baixo.

Os recentes indicadores econômicos dos Estados Unidos levantaram preocupações sobre uma possível desaceleração da economia, o que também contribui para a queda do petróleo.

Na quinta-feira, os dados mostraram um aumento expressivo nos pedidos iniciais de seguro-desemprego para a semana encerrada em 22 de fevereiro.

Além disso, o Escritório de Análises Econômicas dos EUA (BEA) divulgou sua segunda estimativa do PIB do quarto trimestre. O crescimento foi confirmado em 2,3% ao ano, abaixo da taxa de 3,1% registrada no terceiro trimestre.

Agora, os investidores aguardam a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), principal métrica de inflação monitorada pelo Federal Reserve.

O relatório pode fornecer novas pistas sobre os próximos passos do Fed em relação aos juros, em um momento em que o banco central mantém um tom mais cauteloso devido à persistência da inflação. Em geral, taxas de juros mais baixas nos EUA enfraquecem o dólar, tornando o petróleo mais barato para compradores estrangeiros e estimulando a demanda, o que tende a sustentar os preços da commodity.

Fonte: Investing