Moagem cai 21% na segunda quinzena de novembro e mix de etanol atinge 64,5% no Centro-Sul

Colheita mecanizada em canavial paulista – Foto: Tadeu Fessel/Divulgação UNICA

A moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul totalizou 15,99 milhões de toneladas na segunda quinzena de novembro, volume inferior às 20,27 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2024/25. No acumulado desde o início da safra 2025/26 até 1º de dezembro, a moagem atingiu 592,27 milhões de toneladas, ante 603,86 milhões de toneladas no mesmo intervalo do ciclo anterior, o que representa recuo acumulado de 1,92%.

Na segunda metade de novembro, operaram 144 unidades produtoras na região, sendo 124 usinas com processamento de cana, dez unidades produtoras de etanol a partir do milho e dez usinas flex. No mesmo período da safra passada, 196 unidades estavam em operação. Apenas nos últimos quinze dias de novembro, 52 unidades encerraram a moagem. Desde o início da safra, 173 unidades já pararam as operações, frente a 141 usinas no mesmo período do ciclo anterior. Segundo o diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, até o início de dezembro cerca de dois terços das unidades do Centro-Sul já haviam encerrado as atividades.

Qualidade da cana melhora na quinzena, mas recua no acumulado

Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de novembro foi de 133,78 kg por tonelada de cana, acima dos 125,26 kg por tonelada observados no mesmo período da safra 2024/25, variação positiva de 6,80%. No entanto, no acumulado da safra, o ATR médio marca 138,33 kg por tonelada, retração de 2,50% na comparação com igual posição do ciclo anterior.

Produção se desloca para o etanol

A produção de açúcar na segunda metade de novembro somou 724,06 mil toneladas, queda de 32,94% em relação às 1,08 milhão de toneladas produzidas em igual período da safra passada. No acumulado desde o início da safra até 1º de dezembro, a fabricação do adoçante totalizou 39,90 milhões de toneladas, frente a 39,46 milhões de toneladas no mesmo período do ciclo anterior.

O mix produtivo seguiu se deslocando em favor do etanol. Na segunda quinzena de novembro, a proporção da cana destinada à produção de açúcar recuou 3,08 pontos percentuais, passando de 38,60% para 35,52%. Segundo Luciano Rodrigues, essa retração do mix de açúcar foi observada pela sétima quinzena consecutiva, com o mix de etanol atingindo 64,48% nos últimos quinze dias de novembro.

Com isso, a produção de etanol na segunda metade de novembro alcançou 1,18 bilhão de litros no Centro-Sul, sendo 727,41 milhões de litros de etanol hidratado, queda de 7,41%, e 457,11 milhões de litros de etanol anidro, alta de 10,21%. No acumulado da safra 2025/26, a fabricação totalizou 29,53 bilhões de litros, retração de 5,43%, sendo 18,33 bilhões de litros de hidratado, queda de 7,86%, e 11,20 bilhões de litros de anidro, recuo de 1,15%.

Do total de etanol produzido na segunda quinzena de novembro, 31,64% tiveram origem no milho, com volume de 374,82 milhões de litros, ligeiramente abaixo dos 375,29 milhões de litros registrados no mesmo período da safra anterior. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 6,03 bilhões de litros, avanço de 15,10% na comparação anual.

Vendas de etanol recuam no hidratado e avançam no anidro

Em novembro, as vendas totais de etanol somaram 2,70 bilhões de litros. O volume comercializado de etanol anidro atingiu 1,07 bilhão de litros, alta de 2,42%, enquanto as vendas de etanol hidratado totalizaram 1,63 bilhão de litros, retração de 13,78%.

No mercado doméstico, as unidades do Centro-Sul venderam 1,58 bilhão de litros de etanol hidratado, queda de 11,14% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas de etanol anidro avançaram 7,60%, alcançando 1,05 bilhão de litros. No acumulado desde o início da safra até 1º de dezembro, a comercialização total de etanol somou 23,32 bilhões de litros, retração de 2,41%, sendo 14,53 bilhões de litros de hidratado, queda de 6,10%, e 8,79 bilhões de litros de anidro, alta de 4,39%.

Mercado de CBios

Dados da B3 até 15 de dezembro indicam a emissão de 40,89 milhões de CBios em 2025 pelos produtores de biocombustíveis. O volume de créditos disponível para negociação, em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores, totaliza 24,54 milhões de CBios.

Segundo Luciano Rodrigues, ao somar os créditos disponíveis para comercialização e os CBios já aposentados para cumprimento da meta de 2025, o mercado já conta com cerca de 116% dos títulos necessários para o atendimento integral da quantidade exigida pelo programa ao final do ano, incluindo a quitação do saldo devedor acumulado de metas anteriores.

Fonte: Revista RPA News