Por Giully Regina
Indo na direção contrária à do açúcar, que registrou um recorde de exportação em 2024, o etanol brasileiro teve queda no volume enviado a outros países. No acumulado do ano, as usinas despacharam 1,87 bilhão de litros do biocombustível, uma retração de 24,5% em comparação com os 2,48 bilhões de litros que deixaram o país em 2023.
O preço médio, por sua vez, teve uma baixa de 6,6% no ano, para US$ 564,73 por metro cúbico. No período anterior, o etanol foi negociado por, em média, US$ 648,18/m³. Desta forma, a receita total em 2024 ficou 34,2% abaixo da vista em 2023, totalizando US$ 1,06 bilhão. Os dados detalhados de exportações foram atualizados nesta terça-feira, 7, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo a divulgação, os principais destinos do etanol brasileiro em 2024 foram: Coreia do Sul (784,04 milhões de litros); Estados Unidos (305,33 mi L); Países Baixos (149,66 mi L); Nigéria (110,29 mi L); e Filipinas (94,09 mi L).
Exportações em dezembro
No mês, o Brasil exportou 121,62 milhões de litros do biocombustível, alta de 17,6% ante os 103,4 milhões de litros enviados em novembro. Na comparação anual, por sua vez, houve queda de 58,9%. O preço médio do etanol foi de US$ 549,77/m³, representando uma retração de 9,9% no mês e de 6,6% no ano. Em dezembro de 2023, o produto foi negociado a US$ 588,47/m³.
Assim, o faturamento de dezembro foi de US$ 66,96 milhões, aumento de 5,9% ante novembro, mas queda de 61,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando alcançou US$ 174,3 milhões. Os principais destinos do etanol brasileiro em dezembro foram: Coreia do Sul (86,52 mil litros); Países Baixos (20,36 mil L); Estados Unidos (5,21 mil L); República Dominicana (2,42 mil L); e Congo (1,54 mil L).
Importações de etanol
Mesmo sendo um grande exportador do biocombustível, o Brasil também precisa comprar etanol em alguns períodos do ano devido a ajustes durante a safra e outras questões logísticas. Geralmente, as regiões Norte e Nordeste são os principais consumidores do renovável vindo de outros países.
Porém, esse mercado mudou com o retorno da taxação sobre as importações. Desde fevereiro de 2023, os volumes vindos do exterior são tributados em 18%, o que diminui sua competitividade. Em março deste ano, Brasil e Estados Unidos chegaram a debater sobre a liberação do biocombustível norte-americano em troca da remoção de barreira para a exportação do açúcar brasileiro, mas não houve um acordo.
Em outubro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) rejeitou, pela segunda vez, a solicitação de remoção da tarifa sobre importações de etanol brasileiro. O apelo em questão tinha sido feito pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e pelo Conselho de Grãos dos Estados Unidos.
Ainda assim, a importação de etanol pelo Brasil registrou um aumento de 226,11% em 2024, para 189,35 milhões litros. No ano anterior, o volume foi de 58,06 milhões litros, o menor desde 2009, quando foram adquiridos 4,47 milhões de litros.
A recente alta interrompe uma sequência de seis anos consecutivos de queda no volume de biocombustível adquirido pelo país. Em 2024, os principais fornecedores de etanol para o Brasil foram: Estados Unidos (107,71 milhões de litros); Paraguai (59,22 mi L); Argentina (19,42 mi L); Uruguai (2,93 mi L); e Alemanha (46,06 mi L).
Fonte: NovaCana