Açúcar sobe pela quarta sessão seguida influenciado pelo mercado financeiro e preocupação com safras na Ásia

Açúcar – Foto Czarnikow/Divulgação

Por Igor Batista

Os futuros do açúcar registraram nesta segunda-feira (27) a quarta sessão seguida de altas no mercado internacional. Enquanto que entre os principais contratos de Nova York os ganhos superaram 1%, em Londres, o avanço do açúcar branco chegou a 2,19% no vencimento mais negociado.

Na Bolsa de Nova York, o contrato março/25 subiu 0,32 cents (+1,68%) e foi cotado a 19,34 cents/lbp. O maio/25 avançou 0,23 cents (+1,31%), encerrando o dia em 17,85 cents/lbp. O julho/25 teve alta de 0,22 cents (+1,27%), fechando a 17,48 cents/lbp, enquanto o outubro/25 subiu 0,20 cents (+1,15%) e foi negociado a 17,55 cents/lbp.

Na Bolsa de Londres, o contrato março/25 registrou um ganho de US$ 10,90 (+2,19%) e fechou a US$ 509,10 por tonelada. O maio/25 avançou US$ 7,90 (+1,61%) e foi cotado a US$ 499,40 por tonelada. O agosto/25 subiu US$ 6,50 (+1,36%), encerrando o dia a US$ 485,70 por tonelada, enquanto o outubro/25 teve alta de US$ 2,40 (+0,50%), finalizando a sessão em US$ 478,10 por tonelada.

Segundo João Baggio, Diretor Presidente G7 Agro Consultoria, os fundos de investimento estão atuando forte no mercado de açúcar. Como ele explicou, com 106.045 contrato vendidos, foi batido o recorde que perdurava há cinco anos. Por conta disso, as variações ficam mais sensíveis às novas informações, impactando assim os preços para cima ou para baixo.

Diante dessa condição, como explica o analista, as safras asiáticas começaram a preocupar o mercado. Há informações de que a Tailândia pode estar com problemas climáticos e existe também o temor de que a Índia pode não conseguir exportar a quantidade de 1 milhão de toneladas autorizada pelo Governo e que já vinha sendo esperada pelo mercado.

Como explica Baggio, apesar da abertura para exportações na Índia, os indianos acham que 18.50 cents/lbp não é um preço competitivo. Assim, como o país tem até setembro para cumprir a cota de 1 milhão de toneladas exportadas, os vendedores vão aguardar para tentar um prêmio maior.

Por esse motivo, o mercado já especula se o país irá mesmo conseguir ofertar o total autorizado pelo Governo, o que também ajuda a impactar o mercado. “É pura especulação. Os fundos viram que talvez o mercado não seja tão abundante como esperavam e começaram a comprar. O pessoal quer lucrar, se você aposta em bolsa, você quer lucrar. Então qualquer notícia que saia, que impacte negativamente na produção, esses fundos vão atuar para o preço subir”, declarou Baggio.

Além disso, o analista também pontua que o aumento do real diante do dólar também influencia para a alta. Segundo o que destaca o Barchart, os preços do açúcar sobem com a fraqueza do dólar. “Os preços do açúcar hoje estão subindo pela quarta sessão e registraram máximas de 2 semanas e meia. A queda de hoje no índice do dólar para uma mínima de 5 semanas alimenta a cobertura de posições vendidas em futuros de açúcar”, ressalta o portal.

Mercado interno

No mercado físico brasileiro, o indicador Cepea Esalq mostra, em São Paulo, o açúcar cristal branco com valor de R$ 153,60/saca, baixa de 1,04%. O açúcar cristal em Santos (FOB) tem valor de R$ 142,20/saca, redução de 0,08%. O cristal empacotado em São Paulo vale R$ 16,7258/5kg, após alta de 0,12%. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,7274/kg. O VHP tem preço de R$ 112,45/saca.

Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 153,10/saca, com ganho de 0,30%. Na Paraíba, a cotação é de R$ 147,09/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 148,12/saca.

Fonte: Notícias Agrícolas