Em evento com setor de cana, governo promete etanol mais competitivo

Governo quer elevar percentual de mistura do etanol na gasolina dos atuais 27,5%
para 30%, afirmou Geraldo Alckmin na abertura do Cana Summit (Foto: Divulgação)

Por Eliane Silva 

O governo quer elevar a competitividade do etanol e o percentual de mistura na gasolina, dos atuais 27,5% para 30%. Foi o que disse hoje o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na abertura do Cana Summit, evento de dois dias que termina nesta quinta-feira (11/4) em Brasília.

“Somos campeões na geração de energia limpa e hoje, 85% da nossa frota é flex. Vamos, inclusive, trabalhar mais para que haja paridade de preço com a gasolina, em busca de mais competividade”, disse Alckmin, de acordo com o divulgado pela organização do encontro.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o ex-ministro Roberto Rodrigues, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e outras autoridades ligadas à agropecuária também participaram da cerimônia. E manifestaram seu apoio à produção canavieira do país.

Fávaro falou da importância do associativismo e do cooperativismo entre produtores de cana. “Precisamos desmistificar algumas questões e mostrar que o Brasil está na vanguarda dos biocombustíveis. A onda agora é dos carros elétricos, mas faremos a transição para o carro movido à hidrogênio, tendo por base o etanol.”

O evento organizado pela Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana) no CICB (Centro Internacional de Convenções do Brasil) reúne centenas de agricultores. Entre os temas em discussão, estão a precificação da cana por parte do Consecana (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo) e o repasse financeiro dos CBIOs (Créditos de Descarbonização), dentro do programa RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis).

Os produtores alegam que o Consecana está defasado e que o repasse dos CBIOs fica quase todo com as usinas. O deputado Arnaldo Jardim demonstrou apoio às reivindicações dos agricultores na abertura.

“O Consecana está velho e precisa ser reformulado, já o repasse de CBIOs ao produtor tem que chegar ao produtor. Precisamos avançar para formalizar essa participação”, disse.

Consecana

Neste primeiro dia, foi apresentado aos participantes como é o modelo dos Consecanas de outros Estados e foram analisados os sistemas de pagamento de cana no mundo em alguns países como Austrália, Colômbia, República Dominicana, El Salvador, Estados Unidos e Índia.

Segundo o CEO da Orplana, José Guilherme Nogueira, o painel teve o objetivo de mostrar as diferenças nos preços e na precificação entre os países produtores de cana, as formas de cálculo, como é o acordo entre as partes e, ao mesmo tempo, colaborar por um melhor formato da precificação da cana por parte do Consecana-SP.

Desde outubro de 2023, a Orplana e a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) anunciaram acordo para a revisão dos parâmetros técnicos e econômicos do Consecana-SP. As conclusões devem ser publicadas até 30 de junho deste ano, com a aplicação de ajustes, se necessário, ainda na safra 2024/2025.

Fonte: Globo Rural