Mesmo com uma retração em relação à moagem verificada no período 2023-2024, a nova safra canavieira, que teve início em abril no Centro-Sul, deverá ultrapassar 600 milhões de toneladas. Assim se manifestou o CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, em reunião com representantes do banco Morgan Stanley, na sede da empresa, nesta quinta-feira (04/04), em São Paulo. Para ele, a safra 2024-2025 deve ser vista com otimismo, pois o volume projetado supera a média observada nos últimos anos.
“O setor sucroenergético terá resultados melhores do que na safra passada, considerando-se a precificação do etanol e açúcar. Além disso, haverá menor custo de produção, visto que insumos agrícolas e agroindustriais estão com preços menores ante os últimos 24 meses”, explicou Ono.
Projeções da SCA Brasil apresentadas durante o encontro apontam para a fabricação de aproximadamente 32 bilhões de litros de etanol na nova safra. Sobre a comercialização do biocombustível no mercado interno neste ano, Ono destacou que o produto terá preços 10% superiores em comparação aos números de 2023, citando a crescente oferta de etanol de milho: “Com a maior alocação de sacarose da cana para a produção de açúcar, o milho vem cobrindo a necessidade de etanol carburante no mercado brasileiro”.
O executivo informou que os investimentos no setor de milho continuam pujantes, envolvendo a construção de 10 novas usinas nos próximos dois anos. “No período 2024-2025, a fabricação de etanol de milho deverá alcançar aproximadamente oito milhões de litros, o que representa 24% da produção nacional do biocombustível”, ressaltou.
Sobre a competitividade do etanol de milho versus etanol de cana, Martinho Ono fez algumas ponderações: “Embora, no campo, o milho tenha um custo de produção menor se comparado à cana, os gastos com a logística de distribuição do produto, considerando o transporte do Centro-Oeste até os centros de consumo, como São Paulo, são mais elevados”.