
CANAL RURAL – O avanço do etanol de milho no Nordeste promete mudar a dinâmica do mercado de biocombustíveis no país. Novos projetos na região devem adicionar 1,3 bilhão de litros à oferta anual, hoje sustentada por 2,3 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar, o que tende a reduzir custos logísticos e ampliar a autossuficiência regional.
As estimativas são da SCA Brasil e foram apresentadas em reunião com representantes do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool), na última quinta-feira, 18. Segundo as projeções, estados como Maranhão e Bahia devem liderar essa expansão, com novas usinas que somam quase 800 milhões de litros de capacidade.
“A produção regional reduz a dependência do etanol vindo do Centro-Sul durante a entressafra, garante maior estabilidade no abastecimento e gera competitividade também para subprodutos do milho, como os grãos secos de destilaria (DDGS) usados na nutrição animal”, afirmou Martinho Ono, CEO da SCA Brasil.

No ciclo 2025/26, o Brasil deve produzir 10 bilhões de litros de etanol de milho. Com novos projetos em construção no Nordeste e no Centro-Oeste, a capacidade poderá crescer até 10 bilhões de litros adicionais nos próximos anos.
No entanto, o executivo ressalta que o destino desse volume será essencialmente interno. “Ainda não há perspectivas concretas de expansão internacional, seja via combustível sustentável de aviação ou aumento da mistura de anidro na gasolina no exterior. O mercado interno terá de absorver essa produção extra”, avaliou Ono.
Por Hildeberto Jr.
Foto: Agência Brasil
Fonte: Canal Rural