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Nos últimos trinta dias, o mercado de fertilizantes NPK no Brasil registrou uma mudança significativa nos preços, marcando o que Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado, chama de “virada de chave”. Segundo Souza, essa mudança é explicada principalmente pela sazonalidade e pelo volume recorde de importações do país.
Durante o primeiro semestre, os preços do fósforo (P) e do potássio (K) apresentaram altas contínuas. No entanto, a partir do final de julho, essa tendência começou a se inverter. Souza ressalta que, embora o Brasil esteja importando volumes recordes de fertilizantes, a proporção de nutrientes não acompanha esse crescimento: aumentaram as importações de sulfato de amônio, SSP e NP, mas houve queda na ureia e no MAP, mantendo o nível de nitrogênio estável e promovendo leve aumento de fósforo.
Apesar das recentes quedas, o balanço anual de preços ainda aponta alta. Produtores que adquiriram KCl no ano passado continuam a ter benefícios nominais, especialmente considerando a valorização da soja, que ajuda nas relações de troca. Souza alerta, contudo, que a logística é um fator crítico: deixar a compra para a última hora pode gerar dificuldades, e algumas regiões iniciarão o plantio em breve, limitando a possibilidade de aproveitar essas quedas recentes.
Em comparação global, o Brasil segue oferecendo fertilizantes mais competitivos entre grandes polos consumidores como Índia, EUA e Argentina, mesmo que os preços domésticos chineses sejam mais baixos. O analista recomenda atenção às oportunidades futuras, especialmente para a segunda safra e o ciclo 2026-2027.
Por Leonardo Gottems
Fonte: Agrolink