Christian Levin, presidente mundial da Scania, uma das maiores fabricantes de veículos pesados do mundo, acredita que o único sistema eficiente para a descarbonização veicular é o estabelecimento de um preço nas emissões de carbono.
“Você diz: cada tonelada de CO2 lhe custará tanto agora e mais tanto daqui um tempo. O sistema dá previsibilidade e dá o incentivo sem custar nada para o Estado. Você tira o dinheiro do lixo para baratear a energia limpa”, afirmou o executivo em entrevista ao jornal Valor Econômico desta quinta-feira (08/02).
Levin também criticou outros aspectos do atual processo de transição energética adotado pelos europeus: “O modelo de incentivos fiscais para compra de veículos elétricos, que se tornou famoso na Europa, começa a se esgotar. Outros tipos financiamentos também são todos ruins”. O presidente da Scania demonstrou-se mais favorável ao uso de biocombustíveis, como o biodiesel e o biogás, para tornar o transporte de caminhões mais sustentável.
Buscando conhecer a expertise brasileira na fabricação de combustíveis renováveis, Levin visitou a empresa Amaggi, uma das maiores no processamento e exportação de grãos do País. Dona da fábrica de biodiesel, a companhia adquiriu 350 caminhões da Scania movidos a biodiesel, um dos contratos mais importantes do gênero.
De volta à Suíça, o executivo se reuniu com delegações de países como Brasil e Índia, interessados em utilizar subprodutos da indústria e do campo como fonte para produção de combustíveis avançados. “A segunda geração de biocombustíveis é basicamente feita de resíduos, tanto agrícolas, como da rede de esgotos das cidades, além de resíduos florestais. Assim, cada região pode identificar uma fonte de produção” ressaltou.
Fonte Original: Valor Econômico