Restrições às exportações russas podem afetar oferta de diesel no Brasil

petroleiro de bandeira panamenha, que faria parte da frota fantasma que transporta
petróleo russo e ficou à deriva no começo deste no mar Báltico, sendo conduzido
por um rebocador alemão – Foto: Divulgação Comando Central de Emergências
Marítimas da Alemanha – 10. jan. 25/AFP

A recente intensificação das sanções europeias contra a Rússia, acordada após conversas com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, visa pressionar Moscou, especialmente no comércio de petróleo. O Brasil, que importa grande parte de seu diesel da Rússia, está no foco, pois as sanções já impactam os preços do combustível, afetando potencialmente o mercado brasileiro.

A Rússia, principal fornecedora de diesel para o Brasil, enfrenta desafios logísticos e militares nas rotas de exportação em decorrência dessas sanções. O alerta é dado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), já que 63,6% do diesel comprado de fora pelo Brasil neste ano vieram do país de Putin. O índice era de 50,4% em 2023. Em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a entidade aponta que a rota que os navios de petróleo russo precisam atravessar é de 24 dias, cinco dias a mais do que o produto que vem dos EUA.

Executivos do setor apontam que grandes distribuidoras, como Vibra e Ipiranga, estão cautelosas com produtos de fornecedores sancionados. O fato, porém, é que a Rússia é hoje, a principal origem do diesel importado pelo Brasil, para suprir déficit de 25% sobre a demanda local. Enquanto a Petrobras prefere fontes alternativas, pequenas empresas ainda dependem do diesel russo. A reportagem alerta também, que a União Europeia (UE) já prepara mais restrições, o que pode elevar os preços no Brasil ainda mais, enquanto busca-se diversificar as fontes de importação.

Íntegra da matéria: Folha da S.Paulo (para assinantes)