Real mais forte dá suporte aos preços do açúcar

Embarque de açúcar para exportação – Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Os preços do açúcar encerraram a sexta-feira de forma mista, com o contrato em Nova York atingindo o maior nível em cinco semanas. O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 subiu 0,07 centavo de dólar, ou 0,46%, para 15,21 centavos de dólar por libra-peso. Em contrapartida, o contrato de açúcar branco para março teve queda de US$ 1, ou 0,23%, indo a US$ 435,50 por tonelada.

A valorização do real frente ao dólar contribuiu para sustentar as cotações, uma vez que a moeda brasileira alcançou o maior patamar em uma semana, o que desestimula vendas de exportação por produtores do Brasil.

O mercado também segue influenciado pela revisão da StoneX, divulgada na quarta-feira, que reduziu a projeção de produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil para a safra 2026/27. A consultoria passou a estimar 41,5 milhões de toneladas, ante 42,1 milhões de toneladas previstas em setembro.

Notícias recentes da Índia também afetam o mercado. O Ministério de Alimentos do país avalia elevar o preço do etanol utilizado na mistura com a gasolina, o que pode levar usinas indianas a direcionar mais cana para etanol e menos para açúcar, reduzindo a oferta do adoçante.

Os preços do açúcar seguem apoiados pelo anúncio do Ministério de Alimentos da Índia, feito em 14 de novembro, autorizando a exportação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2025/26, volume inferior à estimativa anterior de 2 milhões de toneladas. O país adotou um sistema de cotas de exportação em 2022/23 após chuvas tardias diminuírem a produção e limitarem a oferta doméstica.

No cenário de pressão para os preços, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetou, na última segunda-feira, um superávit global de 1,625 milhão de toneladas em 2025/26, após um déficit de 2,916 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo a entidade, o excedente é resultado do aumento da produção em Índia, Tailândia e Paquistão. Em agosto, a ISO estimava um déficit de 231 mil toneladas para 2025/26. A produção global deve crescer 3,2% na comparação anual, alcançando 181,8 milhões de toneladas.

O aumento esperado da oferta global pressionou as cotações desde o início de outubro. Em 13 de novembro, o açúcar negociado em Londres atingiu o menor nível em 4,75 anos no contrato mais próximo. Em 6 de novembro, o açúcar em Nova York recuou ao menor patamar em cinco anos, diante do avanço da produção no Brasil e das projeções de superávit global. Em 5 de novembro, a Czarnikow elevou sua projeção de excedente global para 2025/26 para 8,7 milhões de toneladas, ante estimativa de 7,5 milhões de toneladas divulgada em setembro.

Com informações da Barchart

Fonte: Revista RPA News