Por Pasquale Augusto
O Rabobank, em seu primeiro AgroInfo de 2024, trouxe projeções e perspectivas para o mercado de etanol nos próximos meses.
O banco ressalta que desde os últimos três meses de 2023, irregularidades para chuvas e temperaturas em várias importantes regiões produtoras de cana-de-açúcar levaram a um consenso de que no ciclo 2024/2025, a moagem deve ficar em 590 milhões e 600 milhões e toneladas.
Este volume representa uma redução significativa em comparação com 2023/2024, com expectativa de 650 milhões de toneladas ou mais.
O mercado do açúcar
Apesar da forte queda em dezembro, de US$ 0,27 para US$ 0,21 por libra-peso, os preços em Nova York oscilam entre US$ 0,21 e US$ 0,24 até meados de 2025, o que, segundo o contexto histórico, significa bons valores em reais.
Fora isso, boa parte das exportações do ciclo 2024/2025 já foram fixadas por preços iguais ou até melhores. Além disso, um possível estresse para o primeiro trimestre foi compensado pelas robustas exportações brasileiras.
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Olhando à frente, o Rabobank enxerga um relativo equilíbrio tanto para 2023/2024 (outubro/setembro), com um leve excedente de 1,9 milhões de toneladas, quanto nas projeções preliminares para 2024/2025 (déficit de 1,3 milhões de toneladas).
Enquanto o cenário para os preços do açúcar continua positiva, qualquer alívio para os preços do etanol nos últimos meses foram limitados, mesmo durante a entressafra. Sendo assim, o Rabobank projeta um mix de açúcar no Centro-Sul em 51,5% em 2024/2025.
2024/2025 promete uma virada para o etanol?
A partir este cenário de moagem e alto mix para o açúcar, é possível imaginar um reequilíbrio no mercado de etanol em 2024/2025?
Apesar de projetar uma queda para o etanol de cana em 2024/2025, para 26 bilhões de litros (ante 29,3 de 24/25), a produção do biocombustível a partir do milho deve crescer dos estimados 6,1 bilhões de litros de 23/24, para algo em torno de 7,5 bilhões a 8 bilhões de litros.
Com isso, haveria um recuo de 5% na oferta total de etanol, que passaria de 35,4 bilhões em 23/24 para 33,8 bilhões em 24/25.
Na avaliação do Rabobank, considerando que a mistura de etanol anidro na gasolina siga em 27%, a previsão é de um desconto médio do etanol hidratado em comparação ao combustível fóssil passando de 65% em 2023/2024 para 67% em 2024/2025.
Por fim, considerando que PL do Combustível do Futuro, aprovado pela Câmara, se torne lei em 2024/2025, o que implicaria uma mistura de 30% de etanol na gasolina, haveria um apoio adicional para os preços do etanol.
Fonte: MoneyTimes