Por Andréia Vital
A Czarnikow, trading britânica de alimentos e serviços, informa que o valor acumulado do kg do ATR em janeiro apresentou uma leve retração, ficando em R$ 1,2173.
“A queda do preço é explicada pela retração na cotação do açúcar, tanto para o mercado doméstico quanto externo”, explica a analista da trading, Ana Zancaner.
Segundo ela, o nº 11 caiu 500 pontos em dois meses, e esse período tem 60% de peso na média de preços considerados para o cálculo do ATR de janeiro. Isso explica por que o índice foi puxado para baixo no mês passado.
O comportamento do açúcar bruto também impacta o preço do açúcar cristal, que registrou tanto no mercado doméstico quanto para exportação.
E por fim, apesar do etanol hidratado ter estacionado por volta de R$ 1,9/litro, o etanol anidro acabou mais pressionado no mês passado – grande parte por causa dos altos estoques na entressafra. Ambos têm um peso de 35% na composição do índice.
Faltam dois meses para o final oficial da safra 2023/24, portanto mais dois meses de projeção até o preço final do ATR da safra 2023/24 será divulgado pela Czarnikow.
O nº 11 já subiu quase 20% desde os mínimos registrados no final do ano passado, mas não deve ser suficiente para compensar totalmente o impacto no ATR.
Já o etanol viu o nível de preço melhorar devido ao aumento da demanda e recentemente à mudança do ICMS na gasolina.
“Em suma, nosso modelo aponta um preço de ATR acumulado em março de R$ 1.2061 – nível e aumento em relação à previsão anterior. Não assuste, mas nosso modelo aponta para um ATR acumulado de março de 2025 de R$1,28/k”, ressalta Ana.
Segundo ela, por trás dessa projeção está o peso da expectativa de preços do No11 (açúcar bruto, NY) que deve ficar 6% acima da média da safra 2023/24. Nosso modelo considera nossa expectativa de preços e não a curva atual. Por isso há divergência com outras projeções divulgadas. Mas ainda assim, o preço do açúcar já subiu mais de 200 pontos em 1 mês.
“Além do açúcar, também esperamos que o etanol tenha o melhor desempenho nesta safra, ficando com uma média de preços 7% acima de 2023/24. Menor disponibilidade de cana, aumento do ICMS na gasolina e recuperação da participação de mercado do hidratado dão suporte para os preços em 2024/25”, conclui a analista.
Fonte: Jornal Cana