A produção de açúcar na região Centro-Sul do Brasil deve ter totalizado 2,86 milhões de toneladas na segunda metade de setembro, marcando uma queda de 15,3% na comparação anual. O volume corresponde à média obtida em uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights realizada com 26 analistas na quarta-feira, 9.
“A safra 2024/25 está se mostrando desafiadora, com a pesquisa referente à segunda quinzena de setembro trazendo amplas faixas de 8,7 milhões de toneladas para a moagem de cana e 6 kg/t para o indicador de rendimento industrial”, aponta a analista Bianca Guimarães, da S&P Global Commodity Insights.
A expectativa do mercado é que os números da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) referentes à segunda quinzena do mês passado sejam divulgados nos próximos dias.
Na pesquisa da S&P, as estimativas de moagem de cana para o período variaram de 36 milhões a 44,7 milhões de toneladas. Com isso, a média de 39,88 milhões de toneladas representa uma queda de 11,3% no ano. Já a concentração de açúcar recuperável (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar foi projetada em 158,10 kg/t, alta de 2,5% safra a safra.
“A pesquisa revela um contraste interessante entre a estimativa média de cana-de-açúcar moída apresentada por produtores e não produtores”, relata a analista. Segundo ela, os produtores estão mais otimistas, com uma moagem de cana estimada de 40,4 milhões de toneladas. Já os não produtores esperam 39,5 milhões de toneladas.
Mix de produção
Conforme o levantamento, a proporção de cana usada para a produção de açúcar deve ser de 47,6%, queda de 51,1% ante o mesmo período do ano anterior. Mas Guimarães observa que a média do mix de açúcar para os produtores é de 47,8%, enquanto os não produtores esperam 47,6%.
“A diferença entre os números para o mix de produção está em 2,3 pontos percentuais, com a fabricação de açúcar variando em torno de 490 mil toneladas – um valor significativo para uma única quinzena”, afirma Guimarães, que segue: “Esses números ressaltam a volatilidade e os desafios que o setor enfrenta devido à seca vista ao longo de 2024 e aos incêndios de agosto e setembro.”
Por sua vez, a produção de etanol de cana-de-açúcar e milho na quinzena é esperada em 2,28 bilhões de litros, com alta de 2,3% no ano.
A fabricação de hidratado foi projetada em 1,47 bilhão de litros, de acordo com a média das respostas dos analistas, em um aumento anual de 5,6%. Já a produção de anidro esperada é de 806 milhões de litros, queda de 3,2% no mesmo comparativo.
Preços
Em 9 de outubro, a Platts – que faz parte da S&P Global Commodity Insights – avaliou o preço físico do etanol hidratado no mercado à vista em Ribeirão Preto (SP) como sendo equivalente a 14,32 centavos de dólar por libra-peso.
Na mesma data, os contratos futuros de açúcar com vencimento em março fecharam a sessão na ICE em 22,04 centavos de dólar por libra-peso. Dessa forma, a Platts calculou um prêmio de 7,72 centavos de dólar a favor do adoçante.
Fonte: NovaCana