Entre os dias 21 e 27 de setembro, os preços do etanol subiram na média nacional, embora a gasolina tenha registrado queda. O biocombustível foi negociado por R$ 4,29/L, alta de 0,2% frente os R$ 4,30/L de uma semana antes. Já o seu concorrente fóssil foi vendido a R$ 6,19/L, reduzindo no mesmo patamar ante os R$ 6,20/L anteriores.
Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.
Assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor, ainda que bem próximo ao limite. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 69,5% na média nacional, superior aos 69,2% do período anterior. Considerando as médias estaduais, o biocombustível é tido como competitivo em cinco estados.
De 22 a 26 de setembro, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,7416/L, queda de 0,2% ante os R$ 2,7471/L da semana anterior. Já as usinas goianas passaram por uma retração de 0,4%, enquanto as mato-grossenses baixaram 1,1%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Variações nos estados
Em relação aos valores nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 279 cidades brasileiras, nove a menos do que na semana anterior.
De acordo com a ANP, de 21 a 27 de setembro, os preços médios do etanol caíram em 13 estados e no Distrito federal, aumentaram em sete e ficaram estáveis em seis. Já os da gasolina tiveram queda em 12 unidades da federação, subiram em 11 e se mantiveram em quatro.
Em São Paulo, o valor médio do biocombustível ficou estável em R$ 4,10/L, enquanto o da gasolina caiu 0,3%, para R$ 6,05/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 67,8%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,70/L, elevação de 5,1%. Já a gasolina subiu 1,9%, para R$ 6,44/L. Dessa forma, a relação entre os valores dos combustíveis foi de 73%, sem vantagem econômica para o consumo do renovável.
Por sua vez, em Minas Gerais, os preços do etanol caíram 2,5%, para R$ 4,21/L, e os da gasolina reduziram em 2,3%, para R$ 6,02/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 69,9%, do preço do combustível fóssil, com o biocombustível perto do seu limite de competitividade.
Em Mato Grosso, o valor médio do etanol aumentou 0,2%, para R$ 4,33/L, e o da gasolina subiu 0,5%, para R$ 6,33/L. Com isso, a relação entre os preços foi de 68,4%.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol subiu 0,5%, para R$ 3,91/L – o menor valor dentre todos os estados –, e a gasolina caiu 0,2%, para R$ 5,94/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65,8% do preço de seu concorrente fóssil, em um resultado economicamente favorável para o consumo do renovável e o mais competitivo do país.
Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68,2% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,2%, para R$ 4,41/L, e o da gasolina baixou 0,2%, para R$ 6,47/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Corte de gastos
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Em 8 de agosto, a ANP anunciou que a liberação de recursos deve permitir que a amostragem chegue a até 417 localidades.
Por Gabrielle Rumor Koster
Fonte: NovaCana
