Preços da gasolina e do etanol ficam acima do reajuste do ICMS, aponta ValeCard

Bomba de combustível — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Janize Colaço

Os combustíveis pesaram ainda mais no bolso dos brasileiros em fevereiro. Após o reajuste de do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que entrou em vigor no dia 1º, o preço médio da gasolina subiu R$ 0,175 por litro no período, chegando a R$ 6,505, aumento 75% superior ao acréscimo do tributo em R$ 0,10 por litro.

Os dados foram levantados pela ValeCard, tendo como base as transações realizadas em mais de 25 mil postos de combustíveis no país na primeira quinzena de fevereiro. No caso do etanol, houve uma alta ainda mais expressiva: o litro subiu R$ 0,219 (5,12%), chegando a R$ 4,502, mais do que o dobro do reajuste.

Além disso, o levantamento mostra que o diesel-S10 teve avanço de R$ 0,284 (4,48%), custando R$ 6,627. O valor está mais alto que o reajuste do ICMS sobre o diesel, que foi de R$ 0,06, chegando a R$ 1,12 por litro.

Mas junto ao tributo, o setor de combustíveis ainda foi impactado por mudanças da Petrobras. No caso do diesel, a estatal elevou o preço nas refinarias em R$ 0,22 por litro (+6,2%), para reduzir a defasagem de 17% em relação aos preços internacionais.

Em relação à gasolina e ao etanol, a Petrobras não alterou o preço nas refinarias, que está com defasagem em torno de 7% em relação aos preços internacionais.

Para Brendon Rodrigues, head de Inovação e Portfólio da ValeCard, esse cenário não está restrito somente ao mês de fevereiro. Na verdade, para ele, o ano de 2025 já começou com uma grande defasagem entre os preços dos combustíveis no mercado internacional e os praticados nas refinarias brasileiras.

“Além disso, a diferença entre os valores adotados pela Petrobras e os dos combustíveis importados – influenciada pelo câmbio, pelo preço do petróleo e pelos custos logísticos – pressionou ainda mais os preços, tornando o impacto no bolso dos motoristas maior do que o reajuste do ICMS”, explica Rodrigues.

Distrito Federal tem maior alta da gasolina no país

Dentre os estados, a maior alta da gasolina ocorreu no Distrito Federal, onde o combustível passou de R$ 6,107 para R$ 6,646. O avanço foi de R$ 0,54. Isso representa mais de 5 vezes o reajuste do ICMS.

Em São Paulo, o valor do combustível foi de R$ 6,130 para R$ 6,256. Apesar da alta de R$ 0,127 no valor, acima do ICMS, os motoristas que abastecem no estado têm acesso à gasolina mais barata do país, com média de preço por litro de R$ 6,256.

Já no Rio de Janeiro, o aumento foi de R$ 6,199 para R$ 6,344, alta de R$ 0,145, ficando acima do valor de reajuste do ICMS.

Confira abaixo as variações de preços e custo médio por litro da gasolina em cada estado: 

Fonte: InfoMoney