Petróleo dispara mais de 2% nesta quarta-feira (17/12) com tensões globais e sustenta Petrobras

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O mercado global de energia viveu uma sessão de forte apetite ao risco nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025. O setor de exploração de petróleo, que vinha de uma sequência de volatilidade, encontrou suporte em fatores geopolíticos e técnicos, impulsionando os principais contratos futuros de referência no mundo. A valorização da commodity serviu como um importante contrapeso para as incertezas domésticas no Brasil, garantindo um fôlego extra para as petroleiras listadas na B3.

No cenário internacional, o Óleo Brent (CCOM:OILBRENT), referência para a estratégia de preços da Petrobras, encerrou o dia com uma valorização expressiva de 3,00%, cotado a US$ 60,46. O contrato abriu o pregão a US$ 59,19, atingindo a máxima de US$ 60,52 e a mínima de US$ 59,08, com uma variação absoluta de US$ 1,76 por barril.

Já o Petróleo WTI (CCOM:OILCRUDE), referência norte-americana, seguiu a mesma toada positiva, fechando com alta de 2,44% a US$ 56,72. O contrato iniciou o dia em US$ 55,48, alcançou o pico de US$ 56,82 e sustentou o patamar mínimo de US$ 55,48, registrando um ganho de US$ 1,35 no dia.

Fatores que impulsionaram os preços do petróleo hoje:

Sanções e Geopolítica: O governo dos Estados Unidos anunciou novos bloqueios a navios que transportam petróleo venezuelano, além de sanções contra grupos envolvidos no comércio irregular de combustíveis, restringindo a oferta global.
Ajuste de Expectativas: Embora a Opep tenha revisado para baixo a previsão de demanda para 2025, o mercado reagiu positivamente ao fechamento de posições vendidas e ao foco na restrição de oferta.

Conflitos Trabalhistas no Brasil: A greve nacional dos petroleiros, que atinge 100% da Bacia de Campos e diversas refinarias, gera preocupação sobre a continuidade do fluxo de produção, embora a Petrobras garanta a normalidade do abastecimento.

Produção Recorde: O Brasil consolidou sua posição como 7º maior produtor mundial, superando a marca de 4 milhões de barris por dia, o que mantém o país no radar dos grandes investidores do setor.

Refletindo o otimismo externo, as ações da Petrobras (BOV:PETR4) | (BOV:PETR3) | (NYSE:PBR) | (NYSE:PBR.A) registraram desempenho sólido. Os papéis preferenciais (PETR4) subiram 1,11%, fechando a R$ 31,08, enquanto as ações ordinárias (PETR3) avançaram 0,68%, cotadas a R$ 32,53. Em Nova York, os ADRs (PBR) encerraram o dia com leve alta de 0,08%, a US$ 11,80, e os papéis PBR.A subiram 0,09%, a US$ 11,26.

No setor de petroleiras juniores brasileiras, o destaque absoluto foi a Brava Energia (BOV:BRAV3), cujas ações saltaram 3,69% para R$ 14,60. O movimento foi impulsionado pelo anúncio de um robusto plano de investimentos de US$ 550 milhões para 2026, visando uma produção de 100 mil barris diários até 2027.

Outras companhias do setor também acompanharam o fluxo comprador na bolsa paulista. A Petroreconcavo (BOV:RECV3) subiu 1,54%, encerrando a R$ 10,57. A Prio (BOV:PRIO3) teve uma variação discreta de 0,05%, a R$ 38,57, enquanto a Refinaria de Manguinhos (BOV:RPMG3) disparou 3,35%, cotada a R$ 2,16.

No mercado norte-americano, as gigantes do setor também aproveitaram a valorização da commodity. A Exxon Mobil (NYSE:XOM) subiu 2,48%, fechando a US$ 117,52, enquanto a Chevron (NYSE:CVX) avançou 2,00%, cotada a US$ 149,69. A ConocoPhillips (NYSE:COP) teve um dos melhores desempenhos do setor na NYSE, com salto de 4,55% a US$ 94,90.

A tendência de alta também atravessou o Atlântico. Na Europa, a TotalEnergies (EU:TTE) subiu 1,16% na Euronext, fechando a 55,13 euros. Na Bolsa de Londres, a Shell (LSE:SHEL) registrou alta de 1,18%, enquanto a BP (LSE:BP.) avançou 0,72%. Na Noruega, a Equinor (NYSE:EQNR), negociada também nos EUA, subiu 2,77%, a US$ 23,03.

A italiana Eni (BIT:ENI) também se beneficiou do cenário favorável, registrando valorização de 1,15% no mercado de Milão. O setor como um todo parece estar precificando um cenário de oferta mais apertada para o início do próximo ano, ignorando momentaneamente os dados de desaceleração econômica na Ásia.

Em suma, o desempenho do petróleo nesta quarta-feira reafirma a importância das commodities como âncoras de liquidez para o mercado brasileiro. Para investidores que buscam proteção e dividendos, o setor de óleo e gás continua sendo uma peça-chave na alocação de ativos.

Fonte: ADVFN