Para reduzir tarifas de Trump, Lula enfrentará pressão sobre etanol e minerais críticos, avalia Eurasia

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A consultoria Eurasia avalia que a relação entre Brasil e Estados Unidos continuará difícil. Reportagem da Revista Exame mostra que o cenário mais provável, segundo a análise da Eurasia, é de manutenção de tensões, com possibilidade de novas sanções americanas.

Embora Trump tenha sinalizado abertura para construir uma relação pessoal com Lula, a consultoria ressalta que concessões brasileiras em pontos estratégicos — como a redução de tarifas sobre o etanol americano e o acesso a minerais críticos — seriam necessárias para avanços, mas esbarram em limitações políticas e de soberania. Nesse sentido, um acordo semelhante ao estabelecido entre EUA e Ucrânia é considerado improvável, já que o governo brasileiro tem resistido em abrir mão de regras especiais para exploração de seus recursos naturais.

Por outro lado, a conversa informal entre os dois presidentes, nos corredores da Assembleia Geral da ONU, gerou expectativa sobre uma possível reunião futura. Lula se mostrou disposto a debater temas amplos, incluindo comércio, tecnologia e inteligência artificial, mas reiterou que a soberania nacional, como no caso do processo judicial contra Bolsonaro, não será negociada.

Trump destacou uma “boa química” com Lula, enquanto o brasileiro valorizou o gesto de aproximação, apontando que Brasil e Estados Unidos têm interesses convergentes em várias áreas. Apesar do otimismo no tom diplomático, a consultoria reforça que as dificuldades estruturais da relação bilateral devem persistir, e apenas um contato direto entre os líderes pode evitar maior agravamento das divergências.

Fonte: Exame