Com 60% de participação de mercado, Estados Unidos e Brasil são os países que lideram mundialmente os projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS na sigla em inglês). Os dados são da consultoria de origem norueguesa Rystad Energy, especializada no tema.
Os EUA respondem por 40,9% deste mercado, removendo da atmosfera anualmente 22,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Na vice-liderança, o Brasil tem o percentual de 19,3%, aproximadamente 10,6 milhões de toneladas de carbono. Em seguida, estão Canadá e Austrália (7,3%), China (6,4%), Catar (4,1%) e Noruega (3,1%). Ainda segundo os números da Rystad, o mundo capturou e armazenou 55 milhões de toneladas de CO2 equivalente no ano passado, mas precisa estocar 1 bilhão de toneladas até 2050 para alcançar a meta de emissão zero.
As oportunidades de renda e novos negócios para as usinas de etanol com a tecnologia de CCS serão destaque no Carbonless Summit, evento marcado para os dias 04 e 05 de novembro em São Paulo (SP). Com a participação de especialistas do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita, o evento tem confirmada a presença do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). O relator da recém sancionada lei do Combustível do Futuro, que estimula o CCS no Brasil, fará o discurso de abertura do encontro.
Na pauta, temas como a utilização de tecnologias para viabilizar o armazenamento de carbono no solo e com isso, aumentar ainda mais a redução de emissões atingida pelo uso do etanol e gerar novas receitas para usinas que produzem o biocombustível. Os mesmos equipamentos que injetam carbono para auxiliar o bombeamento do petróleo agora estão prontos para aprimorar a sustentabilidade do etanol.
O Brasil tem potencial de captura de carbono em torno de 200 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, considerando o nível atual de atividade econômica do país. Neste sentido, o mercado brasileiro de captura e armazenamento de carbono no solo tem perspectiva de movimentar entre R$ 14 e R$ 20 bilhões anuais, com participação significativa do setor de etanol, indicam estimativas da CCS Brasil, uma das entidades organizadora do Carbonless Summit junto com a empresa Hidroplan. Já o mercado mundial de CCS deve movimentar US$ 3,54 bilhões em 2024, com estimativa de atingir US$ 14,51 bilhões em 2032.
Etanol com pegada negativa de carbono
O etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil já reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. A captura e o armazenamento do CO2 gerado durante o processo de produção do biocombustível faz com que essa pegada de carbono seja ainda menor, chegando a ser negativa.
“As mais de 360 usinas que produzem etanol no Brasil têm a oportunidade de fazer do País o líder global nesse mercado, abrindo as portas para o acesso aos créditos de carbono e criando mais uma fonte de receita para as usinas”, explica o geólogo Everton Oliveira, presidente da Hidroplan.
A atividade de CCS no setor de etanol pode resultar em ganhos financeiros para as usinas tanto por meio da geração e comercialização de créditos de carbono como também pela certificação do biocombustível como “zero emissor” ou “emissor negativo”. Isso permite que o etanol seja monetizado com ágio em mercados que valorizam este atributo.
“A lei do Combustível do Futuro chega para estabelecer o marco-regulatório de CCS no país, determinando as diretrizes gerais para a atividade. A legislação vai dar o arranque definitivo do tema no Brasil, destravando projetos já engatilhados, que avançam agora para a fase de real implantação”, destaca Isabella Morbach, diretora da CCS Brasil.
SERVIÇO:
Carbonless Summit
Dias 04 e 05 de novembro de 2024
Auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP)
Avenida Angélica, 2364 – São Paulo, SP
DETALHES E INSCRIÇÕES:
https://carbonless.org.br/