Por Andréia Vital
Para a safra 2024/25 do setor sucroenergético havia uma expectativa grande de se tornar a mais açucareira em anos, com a alta do preço do açúcar muitas unidades agroindustriais realizaram investimentos em suas plantas para conseguirem ter mais flexibilidade no mix de produção, com inclusive destilarias iniciando projetos de construção de fábricas de açúcar. Segundo o Pecege Consultoria e Projetos a projeção era de um mix de 52% no início da safra, onde atualmente está projetado para 50,4% e podendo diminuir até o final.
O principal culpado por esta redução é o clima. O Centro-Sul passa pela pior seca desde 2014, os níveis de chuva na entressafra foram cerca 30% abaixo da média histórica e ao contrário da safra 2023/24, os índices pluviométricos durante a safra foram bem abaixo da média e não conseguiu dar um alívio da estiagem do verão.
“O resultado disso são canaviais ressequidos e esmaecidos, que apesar de permitirem uma operação de colheita mais veloz, acabam entregando uma matéria-prima com qualidade inferior”, explica Leonardo Ceregato, analista de Custos do Pecege Consultoria e Projetos.
Um bom exemplo é o gráfico da Pureza do Caldo (%) ao longo da safra, nota-se que os níveis informados na safra 2024/25 são inferiores as safras 2022/23 e 2023/24 respectivamente, tendo um impacto negativo no processo de cristalização do caldo e consequentemente na produção de açúcar por parte das usinas, ou seja, por mais que a estrutura esteja preparada para alcançar níveis maiores do mix de açúcar, a qualidade da matéria-prima prejudica o processo produtivo.
“Certamente o clima vem sendo o principal desafio da safra 2024/25, a estiagem além prejudicar os aspectos produtivos e de qualidade da matéria-prima, torna o cenário muito propício para incêndios que só intensificam os problemas operacionais”, conclui Ceregato.
Fonte: Jornal Cana