
Martinho Ono, CEO da SCA Brasil e Hugo Cagno Filho, presidente da UDOP
Foto: SCA Brasil/Divulgação
Apesar de estar em vigor há dois meses, a monofasia em relação ao etanol hidratado, que concentra a cobrança do PIS/Cofins na produção e importação do combustível, ainda não apresentou as mudanças esperadas. “Especialmente em relação à redução das práticas de sonegação de impostos por distribuidoras, o sentimento de frustração é evidente, mas há expectativa de que, em um prazo maior, haja melhores resultados”.
Assim se manifestou o CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, ao participar de um painel no 18º Congresso Nacional de Energia, realizado pela União Nacional da Bioenergia (UDOP) em Araçatuba. O painel examinou a implementação do E30, mudanças tributárias e as recém-anunciadas penalidades previstas no RenovaBio.
A palestra foi apresentada pelo expert em inteligência de mercado da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA), Guilherme Belon. A especialista sênior em agronegócio da S&P Global, Nicole Alves Monteiro de Castro e o diretor da Bioagência, Tarcilo Ricardo Rodrigues, participaram como debatedores juntamente com Ono.

A decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), confirmando a implementação do E30 para o etanol e do B15 para o biodiesel, foi recebida com otimismo durante o evento.“A medida começa a valer em 1º de agosto de 2025 e o aumento de volume de etanol deve ser de até 1,3 bilhão de litros”, celebrou Ono.
O executivo observou que com a nova mistura, é necessário atualizar o índice de paridade de etanol na gasolina, de 70% para 75%. Para Ono, essa atualização é crucial para refletir a nova realidade de mercado. “Isso traz mais benefícios à qualidade da gasolina, passando de 93 para 94 octanas, melhorando o desempenho dos combustíveis”, afirmou. O setor, conforme Ono pontuou em sua participação, está preparado para o aumento da demanda de etanol já nesta safra, sem problemas de abastecimento.
Em relação ao RenovaBio, outro fator positivo e importante destacado durante o evento foi a revisão da resolução dos CBIOs. “A punição é importante e necessária para estabelecer uma competitividade igual, não desigual, como se tem visto em relação às distribuidoras que se utilizam de liminares ou não compram CBIOs, ganhando market share em detrimento das usinas que estão adimplentes”, ressaltou Ono.
O executivo e o diretor da Brasil Aliança, Alexandre Menezio, assistiram às homenagens da UDOP pelas valiosas contribuições para o setor sucroenergético de seu CEO, Antonio Cesar Salibe, que faleceu em 26 de abril deste ano. A cerimônia contou com a presença da viúva, filhos e familiares de Salibe, além de lideranças do setor especialmente convidados.