Mercado de petróleo ignora pausa nas tarifas e mantém viés de baixa

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O mercado de petróleo continua em trajetória de baixa, mesmo após o anúncio da suspensão temporária das tarifas comerciais pelos Estados Unidos. Em entrevista ao BM&C News, o especialista em análise macroeconômica Fábio Fares explicou que o movimento não está diretamente relacionado às tarifas, mas sim à expectativa de desaceleração da atividade global.

“O que vai fazer o petróleo cair mais é a atividade desacelerar“, avaliou Fares, ressaltando que o temor de um esfriamento econômico já vinha pressionando as cotações desde o início das medidas tarifárias. No momento, o Brent opera abaixo dos US$ 65 por barril, enquanto o WTI está cotado abaixo de US$ 60 — níveis significativamente inferiores aos observados nos últimos meses.

Queda do petróleo ainda não chegou ao consumidor americano

Apesar da queda consistente nas cotações internacionais, os motoristas dos Estados Unidos ainda não perceberam redução significativa nos preços das bombas de combustível. Mesmo no Texas, estado onde a gasolina costuma ser mais barata, os preços permanecem elevados.

“A gasolina ainda está perto de US$ 3 por galão. Ela já foi mais barata há alguns meses, mas voltou a subir nas últimas semanas”, destacou Fares durante a entrevista.

Ele lembrou que, nos Estados Unidos, as variações do preço do petróleo costumam ser rapidamente repassadas para os consumidores. “Nem isso ainda refletiu na bomba de gasolina, que consequentemente logo em seguida vai refletir nos preços de muita coisa, porque aqui tudo se ajusta muito rápido”, alertou.

Perspectiva de continuidade da pressão nos preços do petróleo

Fábio Fares reforçou que, apesar do impacto limitado da pausa tarifária sobre o petróleo, o cenário global segue desafiador. A desaceleração da atividade econômica permanece como o principal fator de pressão sobre os preços, e a expectativa é que, à medida que o consumo se retrai, os preços do petróleo possam continuar cedendo. No entanto, o especialista pondera que os efeitos da queda ainda não foram sentidos em sua totalidade. “Ainda temos que esperar esse efeito porque não chegou na bomba ainda“, concluiu.

Fonte: BM&C News