Por Camille Bocanegra
Encaminhado ao Congresso em setembro do ano passado, o projeto de lei nº 4516/2023 prevê algumas medidas como aumento do percentual de gasolina e incentivo ao diesel verde. O chamando PL do Combustível do Futuro pode ser aprovado em breve, de acordo com análise do JPMorgan, e prevê aumento para 30% de etanol na gasolina, saindo dos 27,5% hoje permitidos. Há possibilidade de avanço até 35%, de acordo com estudos técnicos.
De acordo com os cálculos apresentados no relatório, isso significaria 1,15 bilhão de litros de demanda adicional, perfazendo um aumento de 4% na demanda total por etanol. Ainda que isso não signifique, de forma imediata, que o preço do produto mudaria, poderia impactar a percepção do mercado, hoje com sentimento de “excesso de oferta”, segundo o JPMorgan.
O banco estrangeiro considera que, se o aumento para 35% for confirmado, isso poderia significar um ponto de virada para o equilíbrio de oferta e demanda. A razão para a virada seria a acomodação da crescente produção de etanol de milho e o impacto poderia ser sentido também para a composição de açúcar. A alteração para 35% significaria um aumento de 12% na demanda obrigatória por etanol, em relação aos níveis atualmente praticados.
Para as principais companhias do setor, o aumento nos preços domésticos do etanol reflete diretamente no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês).
O JPMorgan considera que, a cada aumento de 10%, há crescimento de 6% no Ebitda da São Martinho (SMTO3), recomendado como neutro pela JPMorgan (com preço alvo estimado em R$ 35,00), 5% para a Adecoagro (listada nos EUA) e 1,7% para a Raízen (RAIZ4), classificada como overweight (exposição acima da média, similar à compra), sem preço alvo estimado.
Fonte: InfoMoney