Por Aline Merladete
Os padrões climáticos têm um papel importante na produção agrícola global, e a iminente transição para o fenômeno La Niña promete impactos na produção de açúcar. Segundo análise da Hedgepoint Global Markets, essa mudança climática deve ocorrer no terceiro trimestre, trazendo uma série de consequências para as principais regiões produtoras do mundo.
De acordo com a Hedgepoint Global Markets, o La Niña, caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, tende a beneficiar a colheita de cana-de-açúcar no Brasil devido ao clima mais seco e quente. No entanto, o risco de queimadas e geadas também aumenta, especialmente se o fenômeno for mais intenso. Um La Niña mais forte no terceiro trimestre pode levantar preocupações sobre o desenvolvimento da safra 2025/26.
No Hemisfério Norte, um La Niña moderado pode trazer benefícios para a produção açucareira, especialmente na Índia, onde as monções são fundamentais. O governo indiano prevê monções acima da média, o que deve favorecer a safra de 2024/25. Contudo, um La Niña muito intenso poderia causar inundações, prejudicando a produção.
Na América Central, as chuvas intensificadas durante a fase de desenvolvimento da cana (junho a setembro) podem ser benéficas, desde que não sejam excessivas. Em excesso, as precipitações podem atrasar a safra e reduzir o teor de sacarose. Além disso, a temporada de furacões pode ser intensificada, causando potenciais danos às lavouras.
Na Tailândia, a correlação do La Niña com precipitações e temperatura é baixa entre setembro e novembro. No entanto, se muito intenso, o fenômeno pode levar a uma seca durante o período crucial de colheita, favorecendo as atividades agrícolas ao evitar chuvas excessivas.
Fonte: AgroLink