Novas tecnologias para veículos híbridos ou elétricos desafiam a indústria automotiva nacional, que em 2023 teve queda de 1,9% na produção, contra um aumento de vendas de 9,7% no mesmo período.
Uma análise do jornal Valor Econômico desta sexta-feira (09/02) apresenta os números provenientes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que apontam forte queda na exportação de veículos. O setor fechou o ano com 403,9 mil unidades embarcadas, menos 16% em relação a 2022, ano marcado pela recuperação do comércio exterior após o pico da pandemia. No mês passado, foram exportados 19 mil veículos, volume 43% mais baixo do que o registrado em janeiro de 2023.
No mês de janeiro as vendas internas aumentaram 13% em relação ao mesmo mês de 2023, mas a quantidade de veículos que saíram das fábricas brasileiras foi exatamente igual ao de um ano atrás. A indústria local tem perdido espaço tanto nas exportações para países vizinhos como no mercado interno porque concorrentes, com destaque aos asiáticos, de outros países avançam nas duas frentes.
Nesse período, os carros importados representavam 14,3% nas vendas de novos no Brasil. Em janeiro último, chegaram a 19,5%.
Investimentos locais
De olho no movimento, as montadoras com fábricas no país começam a investir na renovação de suas linhas de produção, cujo foco é ampliar a oferta dos modelos eletrificados. A Volkswagen já anunciou investimento de R$ 9 bilhões, para o período de 2024 a 2028, e revelou que a maior parte dos recursos será direcionada a uma nova plataforma especialmente desenvolvida para ser usada em modelos híbridos que poderão ser abastecidos com etanol. Outra reportagem do Valor, na semana passada, apontava que o volume de investimentos do setor desde 2021 no país para a década atual já soma R$ 41,4 bilhões.
As marcas chinesas, entretanto, haviam saído na frente e ‘fazem sombra’ à indústria automotiva na América Latina. Nos últimos quatro anos, a participação da Argentina, de onde as próprias montadoras importam, aproveitando o acordo de livre comércio, no mercado de importados no Brasil passou de 63% para 46%. A fatia do México também caiu, de 15% para 11%. Mas a da China deu um salto – de 2% para 25%.
Fonte original: Valor Econômico.