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Foto: Biopower/Divulgação
Por Rafael Walendorff, Fabio Murakawa e Rafael Bitencourt
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve analisar nesta terça-feira (18/2) uma proposta de manutenção temporária da mistura do biodiesel ao diesel em 14%. Pelo cronograma atual, a adição passará para 15% no início de março.
Com a alta nos preços do biocombustível e do óleo de soja em 2024, uma ala do governo passou a defender o adiamento da elevação do percentual por um ou dois meses. A inclusão desse item na pauta da reunião do conselho foi confirmada ao Valor por fontes da Esplanada dos Ministérios e do setor produtivo.
O setor produtivo do biodiesel é contra a manutenção da mistura e alega quebra de previsibilidade com o possível adiamento do aumento do teor. As entidades que representam as usinas do biocombustível em Brasília intensificaram a articulação com os ministros que votam no CNPE ontem. Elas já temem, porém, a possibilidade de revés, uma vez que o tema da inflação segue na pauta, com reflexos na popularidade do governo e na piora da avaliação da população em relação ao mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre representantes do setor, a análise é que os ministérios da Agricultura e de Minas e Energia tendem a votar contra a alteração temporária do cronograma de mistura, ou seja, pela manutenção do aumento para 15% em 1 de março.
A equipe econômica é quem deve divergir dessa posição, assim como a Casa Civil, de onde teria saído a proposta, disseram fontes. O CNPE, órgão de assessoramento da Presidência da República, é formado por 17 ministros mais o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para ser aprovada, a medida precisa do apoio da maioria simples.
Fonte: Globo Rural