Goldfarb vê uma oportunidade de ouro na eletromobilidade

Rogelio Golfarb, ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea) – Foto: Rogerio Vieira/Valor

A indústria automotiva brasileira, outrora referência em inovação para carros a combustão, enfrenta agora o desafio da eletromobilidade. O ex-vice-presidente da Ford e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, alerta para a necessidade de uma política agressiva para que o Brasil aproveite suas reservas minerais e evite ser superado pela China.

Golfarb destaca que, apesar de o país ter um robusto parque industrial, não está pronto para a transição elétrica. Na reportagem do Valor Econômico, ele sublinha a insuficiência dos incentivos atuais e a liderança chinesa na eletromobilidade, onde o apoio governamental foi crucial para o avanço tecnológico e a liderança em vendas de veículos elétricos.

Com a indústria global cada vez mais focada em tecnologia, o Brasil tem a chance de transformar seus minerais em produtos industrializados. Elementos como lítio e terras raras são fundamentais para baterias e outras tecnologias de ponta. A BYD, por exemplo, será a primeira montadora chinesa a abrir uma fábrica no Brasil, marcando a entrada de veículos elétricos chineses no mercado nacional.

O crescimento das vendas de veículos elétricos e híbridos no Brasil, que já alcançam 10,4% do mercado, demonstra o interesse do consumidor por tecnologia. Golfarb enfatiza que a eletrificação é uma certeza, não uma dúvida, e que o Brasil precisa de uma política abrangente para não perder seu espaço no cenário automotivo global. Sem ação, o país corre o risco de apenas montar a “casca” dos carros, enquanto importa componentes vitais, deixando de aproveitar suas vantagens naturais.

Íntegra da matéria: Valor Econômico (para assinantes)