Por Francisco Alves
Na noite do dia 7 de novembro, a Galvani Fertilizantes celebrou os seus 90 anos de atividades, com uma festa e show para convidados. Na ocasião, os dirigentes da empresa, Marcelo Silvestre (CEO), Rodolfo Galvani Jr. (presidente do Conselho de Administração) e membros da família narraram a história dessa que é atualmente a principal produtora nacional integrada de fertilizantes fosfatados.
Marcelo Silvestre afirmou que ao longo de sua trajetória a Galvani mostrou resiliência, conseguindo sobreviver aos momentos difíceis e dar respostas aos desafios que enfrentou ao longo do tempo. Ele pontuou que a empresa chega aos 90 anos de atividade muito moderna do ponto de vista da gestão e governança. Apesar de ser uma empresa familiar, a Galvani está melhor em governança do que 60% das empresas de capital aberto no Brasil. Tanto que recebeu, em 2024, um prêmio do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que reconhece a ética nos negócios. A empresa também foi reconhecida como um dos melhores locais para se trabalhar e recentemente aderiu ao Instituto Ethos, que reúne empresas que são exemplos em sustentabilidade.
O CEO informou que a Galvani tem atualmente dois projetos em andamento na Bahia. O primeiro é a duplicação da planta de Luis Eduardo Magalhães, no qual estão sendo investidos R$ 500 milhões e o segundo é a instalação de nova unidade de mineração em Irecê, para lavra do minério primário, numa parceria com a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral). Neste projeto, o investimento previsto também é de R$ 500 milhões. A previsão é que o novo projeto de Irecê, iniciado este ano, seja concluído em 2026.
Em Luís Eduardo Magalhães, o projeto foi iniciado em 2023, com a instalação de uma nova planta de ácido sulfúrico. Agora está sendo montada uma nova linha de granulação e mais dois armazéns de estocagem de fertilizantes. A capacidade de produção está sendo duplicada, devendo passar de 650 mil para 1,3 milhão t/ano. Ambos os projetos devem estar finalizados em 2026.
A empresa tem também em seu pipeline o projeto Santa Quitéria, que a empresa espera ter licenciado até meados de 2025, a expectativa é que se possa implantar até 2028. Lá deverão ser produzidas 1,2 milhão t/ano de rocha fosfática, 200 mil toneladas de fosfato bicálcico, mais adubo líquido e também ácido fosfórico grau técnico. Também serão produzidas 2.300 toneladas de concentrado de urânio (yellow cake) que será entregue à INB, que paga para a Galvani apenas o custo de produção. Com isto, o Brasil será um dos dez maiores produtores mundiais de urânio.
Rodolfo Galvani Jr., presidente do Conselho de Administração, narrou a trajetória da empresa, durante a qual ela se transformou em um importante player no setor de fertilizantes do Brasil. De fábrica de cerveja a Galvani passou a transportadora, depois empresa de engenharia, comércio no comércio de sal, empresa de armazéns gerais, entreposto de fertilizantes em Paulínia, depois fábrica de fertilizantes e mineradora. Nesse trajeto, ela foi responsável pela viabilização da produção nacional de fertilizantes fosfatados, ao montar o entreposto em Paulínia, que recebia a rocha fosfática produzida em regiões que contavam com ferrovias de bitola estreita e embarcava para a região de consumo, localizada no litoral, que contava com bitola larga.
Galvani também contou que a empresa foi pioneira na abertura de nova fronteira agrícola no hoje chamado Matopiba, instalando-se no oeste da Bahia, quando ainda não havia nada. A história mais completa dos 90 anos da Galvani será contada na edição 445, de Brasil Mineral.
Fonte: Brasil Mineral