Por Olmir Cividini e Viviane Petroli
A sustentabilidade nas propriedades rurais de Mato Grosso vai além da preservação ambiental e de práticas de manejo. O estado acaba de dar o ponta pés no uso de máquinas agrícolas movidas 100% a biodiesel, contribuindo ainda mais para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Localizada em Diamantino, região centro-sul do estado, a fazenda Sete Lagoas do grupo Amaggi é a primeira do Brasil a substituir o combustível fóssil pelo de fonte renovável e com baixa emissão de gases de efeito estufa. Um projeto pioneiro que torna a agricultura brasileira ainda mais sustentável e que é o tema desta semana do programa MT Sustentável, do Canal Rural Mato Grosso.
A propriedade conta com 3.622 hectares, sendo 800 hectares com vegetação nativa e preservação de mananciais e 2.594 hectares destinados à produção de grãos. Em extensão, a Fazenda Sete Lagoas é uma das menores do grupo Amaggi, mas do tamanho centro para a implantação do projeto.
Há pouco mais de um mês a fazenda virou a chave para o biocombustível. Há dois anos, sete máquinas têm sido testadas com B100, designação para 100% biodiesel. Juntas somam 25 mil horas de trabalho, e, segundo o diretor de Produção Agro do grupo, José Eduardo Tomaz, sem apresentar nenhum problema.
“Nós descobrimos, e isso foi uma grata surpresa, que os cuidados que nós já tínhamos superavam os cuidados necessários para ter o B100 na fazenda, que é uma aditivação com biocida. Nada mais do que isso. Simples assim”.
Os testes com B100 foram feitos em parceria com a John Deere, fabricantes de máquinas agrícolas. Conforme a gerente de marketing de produção, Bruna Mazzante, não houve necessidade de fazer muitas mudanças para substituir o combustível.
“Nós fizemos uma análise do nosso status atual dos equipamentos e lá nos manuais das máquinas verificamos que a parte de motores atenderia a utilização do B100 e por uma recomendação da engenharia nós alteramos algumas mangueiras dos sistemas da máquina, para que a vida útil desse componente fosse mantida. Do jeito que sai da fábrica já está sendo utilizado hoje com B100”, diz ela ao Canal Rural Mato Grosso.
Contribuição para as metas da Amaggi
A diretora de ESG e Compliance da Amaggi, Juliana Lopes, pontua que a substituição do combustível fóssil para um biocombustível, vai contribuir em muito, com as metas do grupo de redução de emissões de gases de efeito estufa.
Em um comparativo direto, de acordo com a ferramenta GHG protocol, a diferença de emissões entre o diesel e o biodiesel pode chegar a 99%.
“A meta da Companhia é ser emissão líquida zero até 2050, sendo que o objetivo principal é reduzir toda a sua emissão até 2035 e compensar o que não for possível reduzir a partir de 2035 até zerar em 2050. Por isso que o uso do B100 para nós é extremamente estratégico.
Conforme a Amaggi, o projeto piloto vai continuar com as análises dos motores e fluídos. Contudo, o grupo já pensa em ampliar para outras propriedades.
“Com toda a certeza nós vamos crescer. Isso aqui é só o primeiro passado e já temos um segundo sonho. Tem uma fazenda que estamos namorando para converter ela para o B100”, conta o diretor de Produção Agro, José Eduardo Tomaz.
Fonte: Mato Grosso Canal Rural