
Ainda em um movimento de queda, os créditos de descarbonização (CBios) vinculados ao RenovaBio foram negociados por R$ 34,10, em média, na segunda quinzena de novembro. Em comparação com as primeiras semanas do mês, houve uma retração de 2,9%.
O valor atual também está 42,6% abaixo da média de 2025, de R$ 58,38, e 58,2% aquém da média histórica do programa, de R$ 81,61.
Os números são resultados de cálculos realizados pelo NovaCana a partir dos dados divulgados pela bolsa de valores brasileira B3, a única entidade registradora do programa.
Nas últimas semanas de novembro, 5,01 milhões de papéis foram negociados (alta de 30,8% na comparação anual), movimentando R$ 171 milhões (-44,7%).
Por sua vez, o preço de negociação dos CBios variou entre R$ 31,80 e R$ 36,50. O maior valor foi visto no dia 19, enquanto o menor foi registrado no dia 28.
“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.
Ainda conforme a B3, entre janeiro e a primeira quinzena de novembro, o volume financeiro das negociações alcançou R$ 4,54 bilhões. O valor está 38,1% abaixo do visto no mesmo recorte de 2024, quando foram movimentados R$ 7,33 bilhões.
O volume de CBios, por sua vez, apresentou uma queda de 5,5% na mesma comparação, saindo de 82,31 milhões para 77,77 milhões.
A queda mais acentuada no montante financeiro pode ser justificada pelo cenário de retração nos preços visto ao longo do ano, provocado por uma maior oferta em relação à demanda.
A duas quinzenas do fim do prazo para cumprimento da meta do RenovaBio, os créditos disponíveis no mercado já podem ultrapassar em 13,3% o objetivo para 2025, de 49,36 milhões de CBios. Considerando os créditos em estoque no fechamento da sessão na sexta, 28, os papéis retirados de circulação neste ano e os 181 mil títulos que foram aposentados de maneira antecipada em 2024, o volume total chega a 55,9 milhões.
A meta foi definida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O montante considera, além dos 40,39 milhões de créditos aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), também os 10,49 milhões de CBios que ficaram pendentes do ano passado. Além disso, foram descontados 1,52 milhão de títulos das metas individuais das distribuidoras que cumpriram contratos de longo prazo com produtores de biocombustíveis.
Posse e aposentadoria
Em 28 de novembro, a B3 encerrou a sessão com 30,73 milhões de créditos em circulação. O montante representa 62,3% do objetivo calculado pela ANP para o ano.
Do total de CBios disponíveis no mercado ao final da quinzena, 51%, ou 15,67 milhões, estavam em posse das usinas certificadas no programa. Já as distribuidoras de combustíveis com metas a cumprir detinham 14,31 milhões, ou 46,6%. Assim, os 740,97 mil créditos restantes (2,4%) estavam com investidores sem metas.
Além disso, na segunda quinzena de novembro, 1,33 milhão de créditos foram aposentados, baixa de 29,8% em relação aos 1,9 milhão de títulos que saíram de circulação no mesmo período do ano passado.
No acumulado do ano, 24,99 milhões de CBios saíram do mercado, queda de 35,6% na comparação anual. Com isso, apenas 50,6% da meta de 2025 foi realmente alcançada até agora.
De acordo com dados atualizados da B3, as companhias sem metas no programa não realizaram aposentadorias de CBios neste ano.
Segundo as regras do RenovaBio, a retirada de circulação de créditos por companhias sem metas a cumprir pode ser deduzida dos objetivos finais do programa. Com isso, as aposentadorias feitas durante o ciclo 2025 devem ser contabilizadas no próximo ano.
Emissões
Na segunda quinzena de novembro, as usinas certificadas no RenovaBio emitiram 2,24 milhões de CBios, baixa de 2% na comparação anual. No acumulado do ano, as sucroenergéticas escrituraram 39,35 milhões de títulos. Em relação ao mesmo período de 2024, por outro lado, houve um aumento de 0,8%.
Segundo a ANP, 342 usinas estão atualmente certificadas para a emissão dos créditos do programa. Destas, seis fabricam biometano e outras 43, biodiesel.
Dentre as 292 usinas de etanol certificadas, 276 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; oito processam cana e milho; sete, apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.
Desde o início do programa RenovaBio até o momento, 198,08 milhões de CBios já foram emitidos pelas usinas de biocombustíveis.
Fonte: NovaCana