Os estoques de gasolina nos Estados Unidos estão em níveis baixos e sua recomposição está ocorrendo de forma lenta, o que pode pressionar os preços do combustível para cima em 2025. A maior demanda entre maio e setembro pode agravar esta situação, levando a uma pressão adicional sobre os preços internacionais no primeiro semestre do próximo ano. A reportagem é do jornal Valor Econômico.
Conforme dados da Agência de Informações de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês)), os estoques de gasolina estavam em 208,927 milhões de barris em 15 de novembro, 3% abaixo do ano anterior. Victor Arduin, da Hedgepoint, destaca que, entre novembro e março, as refinarias costumam acumular estoques para garantir suprimento na alta demanda de viagens. No entanto, os estoques baixos podem resultar em preços futuros elevados, especialmente se condições climáticas adversas afetarem a extração de petróleo e o funcionamento das refinarias.
Os preços de varejo nos EUA estão cerca de 6% mais baixos do que em 2023, estimulando a demanda, mas dificultando a formação de estoques. Essa situação pode criar desafios adicionais para os importadores de combustíveis no Brasil, pois a elevação dos preços internacionais pode afetar as margens de lucro graças à desvalorização do real.
Amance Boutin, da Argus, observa que os estoques de gasolina estão no menor nível desde novembro de 2022, especialmente na costa Leste, onde a diminuição das importações da Europa e a manutenção de refinarias contribuíram para a queda. A baixa margem de refino, que caiu de US$ 46 por barril em 2022 para US$ 13,60 entre outubro e novembro de 2023, pode levar as empresas a processarem mais petróleo ou aumentar as importações de gasolina da Europa para aliviar a situação.
A restrição de oferta nos EUA pode impulsionar os preços internacionais da gasolina, refletindo-se no Brasil. Contudo, a Petrobras pode mitigar parte desse impacto devido à sua política de preços. A última alteração no preço da gasolina pela estatal ocorreu em 9 de julho, com um aumento de 7,04%.
Íntegra da matéria: Valor Econômico (para assinantes)