O Brasil deve continuar se destacando no mercado global de açúcar, uma vez que outros grandes produtores e exportadores mundiais, como Índia, Tailândia, Austrália e países da América Central, não têm grande potencial de aumento de produção no médio ou longo prazo. A avaliação é da gerente de inteligência de mercado da BP Bunge Bioenergia, Luciana Torrezan.
Ela participou nesta quarta-feira, 3, do 17º Congresso Nacional promovido pela União Nacional da Bioenergia (Udop). Um dos destaques do segundo dia do evento foram as perspectivas relacionadas à dependência mundial do açúcar produzido no Brasil.
“Acredito que a Índia ainda pode aumentar a área de plantio de cana-de-açúcar, mas o país tem colocado um foco maior no seu programa interno de etanol, então, a princípio, a prioridade dos indianos será o atendimento do mercado interno de açúcar; em segundo lugar, o etanol; e só depois viria a exportação para outros países”, comentou Torrezan.
Por outro lado, avalia a gerente, o Brasil tem grandes condições de crescer neste mercado por diferentes vias, seja pela extensão de área para produção de cana ou por meio de aumento do mix. Na sua visão, as usinas devem continuar focando no açúcar nesse sentido.
“Na nossa projeção de longo prazo, o consumo mundial de açúcar deve crescer cerca de 1% ao ano, o que daria cerca de 1,6 milhões de toneladas anualmente e totalizaria 16 milhões de toneladas em dez anos”, relata Torrezan. “Acreditamos que boa parte desse crescimento deve ser alocado para o Brasil, que é o país que tem o menor custo de produção e que conseguiria atender mais facilmente a esse crescimento de demanda”, completa.
Ela disse, ainda, que o preço será fundamental para esse avanço se viabilizar. “Para que haja incentivo no Brasil para investir em novas fábricas ou ampliar a produção nas usinas, é importante que o preço do açúcar, no médio e no longo prazo, permaneça acima do custo de produção do país”, finaliza a especialista.
Fonte: NovaCana