Complexo de biorrefinarias em AL deve receber R$ 1,5 bi de investimento para etanol neutro em carbono

Complexo de biorrefinarias contou com a presença do vice-presidente,
Geraldo Alckmin (PSB), do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB),
e do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) – Foto: Philipe Medeiros

Por Josué Seixas

O evento, em São Miguel dos Campos (AL), reuniu o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB). Chamado Exygen I, o complexo é uma parceria entre GranBio, Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia, com apoio do Governo de Alagoas. Além do etanol, serão produzidos biometano e biofertilizantes neutros em carbono.

O biocombustível será produzido com resíduos de açúcar como matéria-prima, bem como 50 milhões de m³ de biometano por meio da vinhaça (resíduo líquido resultante da destilação do caldo da cana-de-açúcar). Esses combustíveis são considerados biocombustíveis avançados por serem produzidos a partir de matéria-prima residual e não alimentar.

A próxima etapa do projeto, a partir do ano que vem, é a produção de biogás e CO2 biogênico. No futuro, está prevista a produção de e-Metanol, combustível sintético que atenderá setores de difícil eletrificação, como o transporte marítimo. No evento, Geraldo Alckmin falou sobre a vocação do Brasil em busca de energia limpa.

É para ontem a gente descarbonizar, promover energia renovável, salvar o planeta. A gente fica feliz de ver aqui uma energia limpa, de carbono neutro, ser produzida aqui em São Miguel dos Campos. Ainda é inovadora, lançando o metanol para poder despoluir os mares, lançando o biometano para poder substituir o fóssil e ajudando a natureza”, disse. A expectativa é que o complexo de refinarias gere 510 empregos diretos e 1200 vagas de trabalho durante as obras.

O complexo está localizado no espaço da primeira indústria de etanol celulósico no Hemisfério Sul, a Bioflex, que faz parte da GranBio. Para fazer o novo projeto, a parceria com Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia foi necessária. Elas fornecerão o melaço a custo de oportunidade ao não produzirem o etanol em suas plantas, tendo percentual do lucro obtido com a venda dos produtos da Exygen.

O CEO da GranBio, Bernardo Gradin, afirmou que está perto de firmar parceria com mais uma empresa, mas não adiantou o nome. As conversas seriam com um player de energia e um comprador de gás natural.

Fonte: Folha de S.Paulo