Na assembleia ordinária dos acionistas da Petrobras, marcada para esta quinta-feira, 25, o Comitê de Pessoas e de Elegibilidade da Petrobras fez um alerta relativo a conflitos de interesses entre representantes dos sócios privados, os minoritários. A questão foi apresentada e colocada em votação na última sexta-feira, 19. Um dos nomes em questão é o advogado Marcelo Gasparino, que faz parte do conselho de quatro das maiores empresas do país – Petrobras, Vale, Banco do Brasil e Eletrobras. Ele faz parte do conselho da Petrobras desde 2022.
O comitê vê problemas sobre o advogado ocupar o conselho de administração da Petrobras e da Eletrobras simultaneamente, tendo em vista os planos das duas companhias em investir na transição energética e no setor elétrico – a Petrobras deseja desenvolver a geração de energia eólica offshore (em alto-mar).
Outro conselheiro que tenta a recondução também teve levantado o risco de conflito de interesses. Juca Abdalla, do Banco Clássico, é um grande investidor e detém participação relevante no capital não apenas da Eletrobras, mas também da Cemig (onde também é conselheiro), na Engie e CEG-Rio.
No caso dele, o Comitê de Pessoas e de Elegibilidade da Petrobras afirma que as empresas possuem contratos ativos com a estatal ou negócios similares: “Razão pela qual recomendou que o indicado, caso eleito, não tenha acesso ou tome parte de pautas relacionadas aos assuntos identificados pelas áreas comerciais/técnicas da companhia como afetos às sociedades nas quais possui participação relevante direta ou indiretamente”, diz a ata da reunião. Na reportagem do jornal Estadão, consta o parecer de analistas do setor, que enxergam que a reprimenda ao advogado, com o apoio dos demais minoritários, sinaliza que o grupo está partido. Afinal, questão da acusação de conflito de interesses não havia sido levantada.
Íntegra da matéria: Estadão (para assinantes).