Por Camila Souza Ramos
O conselho de administração da CerradinhoBio, de Chapadão do Céu (GO), aprovou um investimento de R$ 189 milhões para ampliar a fábrica de açúcar que está terminando de ser construída. A companhia tinha inicialmente apenas uma destilaria no local, e está terminando de concluir a primeira fase da planta de açúcar, que logo deve começar a operar.
O custo de implantação da primeira fase da fábrica foi orçado inicialmente em R$ 289 milhões. A segunda fase, aprovada agora, deve começar a operar apenas na primeira metade da próxima safra (2025/26).
Apenas a segunda fase da planta vai ter capacidade de produção de 1 mil toneladas de açúcar VHP por dia, ou 210 mil toneladas por safra. Considerando a primeira fase da planta em conclusão, a fábrica de açúcar da CerradinhoBio terá capacidade de produção de 540 mil toneladas por safra.
Os investimentos em açúcar vão permitir que a usina tenha capacidade de direcionar até 70% de sua cana para a produção da commodity. A usina tem capacidade de processar até 6,1 milhões de toneladas de cana por safra, e na temporada 2022/23 a companhia moeu 5,1 milhões de toneladas. Os dados do último ciclo ainda não foram divulgados.
“Aproveitamos um cenário favorável de preços de açúcar para dar mais competividade ao negócio, adicionando flexibilidade à nossa operação de cana-de-açúcar”, afirmou, em nota, Renato Pretti, que assumiu o cargo de CEO da CerradinhoBio no dia 24 de maio.
O executivo, que substituiu Paulo Motta no comando da companhia, ressaltou que a capacidade de mix de açúcar da usina com a nova fábrica é “uma posição diferenciada no nosso setor”.
Etanol de milho
Além do investimento na fábrica de açúcar, a CerradinhoBio também está investindo em uma usina de etanol de milho em Maracaju (MS), que começou a operar em dezembro. A companhia arcou com R$ 1,4 bilhão para erguer a planta e reservar capital de giro para o empreendimento.
Na safra passada, os investimentos da CerradinhoBio ajudaram a aumentar a dívida líquida da companhia em 58%, para R$ 2,5 bilhões no fim do terceiro trimestre, e levaram o índice de alavancagem para 4,79 vezes no fim do mesmo período.
Com a ultrapassagem do indicador acima de três vezes, a companhia teve que renegociar com seus titulares de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) um waiver para o cumprimento dos covenants financeiros da safra 2023/24.
Fonte: Globo Rural