Por Vitória Torres (com supervisão de Pedro Grigori)
A discussão sobre a viabilidade dos carros elétricos no Brasil conta com opiniões divergentes sobre se a tecnologia ter espaço em uma matriz energética dominada pelos biocombustíveis. Convidado do programa CB.Poder — parceria entre Correio e a TV Brasília — desta quarta-feira (24/4), o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), Alceu Moreira (MDB-RS), defensor dos biocombustíveis, explicou quais oportunidades essa mudança representaria para o país.
“Querer impor para o Brasil a compra de carros elétricos é, com certeza, interesses externos”, afirmou Moreira, argumentando que o país tem uma capacidade instalada para liderar na produção de biocombustíveis. O deputado acredita na importância estratégica dos biocombustíveis, não apenas como fonte de energia limpa, mas também como uma oportunidade para o Brasil se posicionar como um líder global em responsabilidade ambiental.
Para ele, a matriz energética brasileira deve se concentrar no sequestro de carbono e na redução da dependência de combustíveis fósseis. Segundo Moreira, a aprovação do projeto de lei 4.516/2023, que regulamenta a mistura de biodiesel ao diesel, é um passo nessa direção. O projeto, conhecido como “Combustível do Futuro”, visa reduzir as emissões de carbono no Brasil e impulsionar a adoção de energias renováveis.
Dessa forma, haverá a possibilidade de rastreabilidade dos biocombustíveis, para garantir a qualidade e a transparência do produto. Ele defendeu a inclusão de medidas de rastreabilidade no projeto de lei da frente do biodiesel, como medida que garante a responsabilidade dos produtores e a confiança dos consumidores.
“Nós colocamos no nosso projeto a exigência das rastreabilidade. Isso significa que se há dúvidas, por exemplo, do motivo pelo qual o caminhão parou por culpa do biodiesel ou biocombustível. Se a responsabilidade for nossa, nós arcamos com as consequências. Porém, se a responsabilidade for do dono do posto que tinha um tanque sujo com água e enferrujado, é por falta de zelo e manejo, não culpa nossa. A rastreabilidade é o que nos interessa”.
Fonte: Correio Braziliense