DE OLHO NO BIODIESEL BOLETIM SEMANAL DE MERCADO DA SCA BRASIL 24 a 28/11/2025
As vendas de biodiesel atingiram um novo recorde histórico em outubro, totalizando 914 mil m³, aumento de 5,1% em relação a setembro e de 6,6% comparado com o total a um ano atrás. As vendas acumuladas em 2025 chegaram a 8,1 milhões de m³, 6,7% superiores ao total até o final de outubro em 2024. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as vendas de diesel B pelas distribuidoras totalizaram 6,29 bilhões de litros em outubro, apresentando alta marginal em relação aos 6,27 bilhões registrados no mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, as vendas somaram 58,02 bilhões de litros, crescimento de 2,2% ante o mesmo período do ano anterior, confirmando manutenção da demanda aquecida pelo combustível no mercado brasileiro.
O plantio da soja avança em ritmo diferenciado entre as principais regiões produtoras do Brasil. O Mato Grosso encerrando tecnicamente a semeadura e concentrando expectativas no enchimento de vagens. O Mato Grosso do Sul alcançou 95,6% da área plantada, com lavouras de desenvolvimento uniforme. O Rio Grande do Sul já plantou 60% dos 6,74 milhões de hectares, enquanto Santa Catarina avança sob forte irregularidade de chuvas no Planalto Norte. O Paraná mantém plantio acelerado, alta expectativa de produtividade e lavouras majoritariamente classificadas como boas.
Segundo a Agroconsult, o Brasil deverá colher 178,1 milhões de toneladas de soja na safra 2025/26, crescimento de 3,6% sobre a temporada anterior, com área estimada em 48,8 milhões de hectares. Apesar de atrasos pontuais e chuvas irregulares, não há sinais de riscos graves, embora ondas de calor possam exigir atenção. A consultoria ressalta desafios persistentes ao setor, como margens comprimidas, crédito mais caro e custo de capital elevado.
O mercado de óleo de palma apresentou oscilações ao longo da semana, guiado por fundamentos predominantemente baixistas. Dados da Associação de Óleo de Palma da Indonésia (GAPKI)apontaram forte retração da produção e das exportações indonésias em setembro, enquanto os estoques subiram levemente, mas seguem abaixo da média histórica devido ao consumo doméstico impulsionado pelo B40. Ao mesmo tempo, parte dos embarques foi adiada diante da expectativa de redução das tarifas de exportação, e as estimativas da Malásia mostraram desaceleração nas vendas externas em novembro, com quedas para Índia e União Europeia. Assim, mesmo com riscos climáticos na Malásia oferecendo suporte pontual, o balanço global permanece pressionando os preços da palma no curto prazo.
O óleo de soja foi influenciado pela interrupção das operações em Chicago, incertezas regulatórias nos Estados Unidos e sinais mistos da demanda global. O contrato de janeiro oscilou entre 50 e 51 cents/lb, em ambiente majoritariamente baixista diante da falta de definições da agência de proteção ambiental americana (EPA) sobre regras de biocombustíveis e dos rumores de adiamento das restrições de RINs com uso de insumos estrangeiros. Além disso, a queda do heating oil reduziu o apelo dos óleos vegetais para HVO e biodiesel, pressionando os preços. Ainda assim, fatores como a forte demanda brasileira por biodiesel e a inversão do basis em Paranaguá geraram algum suporte ao mercado físico.
O mercado também acompanhou novas compras chinesas de soja em grão, que atingiram volumes expressivos e sustentaram o complexo, apesar de o produto americano continuar mais caro que o sul-americano. O compromisso político entre EUA e China tende a manter as compras pelas estatais. No curto prazo, os agentes aguardam a divulgação dos dados de consumo de matérias-primas para biodiesel e HVO nos EUA.
O contrato de janeiro/2025 do óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) encerrou em 52,05 cents/libra na sexta-feira (28/11), apresentando valorização de 2,91% na semana. O prêmio de janeiro/2025 do óleo de soja em FOB Paranaguá perdeu60 pontos, fechando a semana em -0,30 cents/libra. O flat price do óleo de soja FOB Paranaguá fechou em US$ 1.140,89/ton, uma valorização de 1,71% em relação à semana anterior.

No levantamento realizado pela SCA Brasil, o mercado spot praticamente não apresentou movimentação, com um volume apurado de somente165 m³na semana, o menor volume que registramos desde o início do mercado livre de biodiesel. O preço médio apurado na semana foi de R$ 5.739/m³, com PIS/COFINS e sem ICMS, com uma leve desvalorização de 3,8% em relação à semana anterior.

Segundo o levantamento realizado entre 17/11 e 23/11 pela ANP, o preço médio do biodiesel negociado entre usinas e distribuidores ficou em R$ 5.861,58, desvalorização de 1,48% em relação ao valor médio da semana anterior. A região Centro Oeste foi a região com maior desvalorização com 3,37%. O mercado acumula uma redução de 7,40 % no ano.
