Alta do etanol e queda do milho impulsionam resultado da FS

Usina de etanol de milho da FS em Lucas do Rio Verde-MT
Foto: Divulgação/FS Bioenergia

Por Camila Souza Ramos

A alta do preço do etanol e a queda das cotações do milho no mercado interno no último trimestre de 2024 abriram uma janela para a FS recuperar margem e ganhar algum fôlego financeiro, embora ainda esteja com uma alavancagem na casa de 4 vezes.

Entre outubro e dezembro, o terceiro trimestre da safra 2024-25, a companhia, que é uma das maiores produtoras de etanol de milho do país, teve um lucro líquido de R$ 220,2 milhões. No mesmo período do ciclo anterior, ela havia tido prejuízo de R$ 114,7 milhões.

De acordo com balanço da empresa, divulgado ontem, a FS também se beneficiou de melhorias operacionais e ganhos de produtividade que lhe permitiram produzir mais na comparação anual. A empresa processou no trimestre 9,4% mais milho do que um ano antes, somando mais de 1,3 milhão de toneladas. Com isso, a fabricação de etanol cresceu 8,6%, para 599,4 milhões de litros, a produção de DDG aumentou 15,1%, e a do óleo de milho, 11,2%.

Como resultado, a receita líquida do trimestre cresceu 27,8%, para R$ 2,9 bilhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve um salto de mais de quatro vezes, para R$ 740,2 milhões, e a margem Ebitda aumentou 17,8 pontos percentuais, para 25,4%. Esse forte avanço refletiu o fato de que o preço do etanol vendido no trimestre subiu 23,4% na comparação anual, para um valor médio de R$ 2.646 o metro cúbico, enquanto o custo do milho processado no período caiu 17,8%, para uma média de R$ 44,17 a saca.

Os resultados permitiram que a FS concluísse no trimestre o pagamento antecipado dos green bonds que venceriam neste ano por R$ 108,9 milhões, a 102,5% do valor de face. Segundo a FS, a transação reduziu R$ 643,7 milhões da dívida bruta e R$ 659,0 milhões da posição de caixa.

Na linha financeira do balanço, porém, o resultado piorou. A companhia registrou uma despesa financeira líquida contábil de R$ 518,3 milhões, um valor 63,2% maior do que no mesmo período da safra passada. O resultado refletiu principalmente um impacto da depreciação de 13,7% do real perante o dólar, sendo R$ 354,1 milhões sem efeito caixa e R$ 10 milhões com efeito caixa.

Apesar dos esforços para antecipar pagamento de dívidas, a dívida líquida da FS cresceu em comparação com o trimestre anterior, para R$ 7,9 bilhões, fruto de emissões de green bonds para 2031, novas emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e captação de linahs de capital de giro. Mas, com a melhora do Ebitda, a alavancagem final do trimestre saiu de 4,91 vezes no fim do trimestre anterior para 4,02 vezes no fim de dezembro.

Fonte: Globo Rural