
Os contratos futuros do açúcar encerraram a quinta-feira (31) em queda nas bolsas de Nova York e Londres, pressionados por dados da safra brasileira. O novo relatório da da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), referentes à primeira metade de julho no Centro-Sul do Sul, indicou um aumento na produção, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Na Bolsa de Nova York, o contrato outubro/25 recuou 0,10 cent, ou 0,61%, e fechou cotado a 16,35 cents por libra-peso. O março/26 caiu 0,09 cent (-0,53%), encerrando o dia a 16,97 cents/lbp. O maio/26 teve baixa de 0,07 cent (-0,42%), cotado a 16,67 cents/lbp, enquanto o julho/26 perdeu 0,06 cent (-0,36%), finalizando a 16,55 cents/lbp.
Em Londres, o movimento também foi de baixa. O contrato outubro/25 cedeu US$ 2,20 (-0,47%), negociado a US$ 467,80 por tonelada. O dezembro/25 caiu US$ 1,60 (-0,35%), a US$ 460,80 por tonelada. O março/26 teve perda de US$ 2,00 (-0,43%), fechando a US$ 465,20 por tonelada, enquanto o maio/26 recuou US$ 1,80 (-0,38%), a US$ 467,40 por tonelada.
A pressão sobre os preços veio após a Unica divulgar que a produção de açúcar no centro-sul do Brasil atingiu 3,4 milhões de toneladas na primeira quinzena de julho, alta de cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo informações da Reuters, o volume superou a projeção de 3,3 milhões de toneladas prevista por pesquisa da S&P Global Commodity Insights.
O avanço foi puxado pelo aumento da moagem de cana-de-açúcar, que somou 49,8 milhões de toneladas no período, e por um direcionamento maior da matéria-prima para a fabricação de açúcar. O chamado “mix” produtivo registrou 53,68% da cana destinada ao adoçante, contra 49,89% no mesmo intervalo de 2024.
Apesar do bom desempenho em volume, a qualidade da matéria-prima preocupa o setor. A Unica apontou queda de 6,8% no Açúcar Total Recuperável (ATR), que foi de 133,66 kg por tonelada de cana, impactado pelas chuvas frequentes nesta safra. Segundo Luciano Rodrigues, diretor de inteligência setorial da entidade, as condições climáticas adversas estão comprometendo a concentração de açúcares na planta.
“Esses dados reforçam um cenário de deterioração na qualidade da matéria-prima, com implicações negativas no rendimento industrial da safra 2025/2026”, afirmou Rodrigues. No acumulado da safra, a concentração de ATR já apresenta recuo de 4,81%, sendo que, na última quinzena, a queda foi de aproximadamente 10 kg por tonelada.
Fonte: Notícias Agrícolas