O mercado futuro de açúcar em NY teve um desempenho horroroso nesta semana, não importa o lado do mercado que você esteja. As usinas que acreditaram em Papai Noel e esperaram o açúcar reagir de volta aos 25 centavos de dólar por libra-peso estão com aquele olhar de quem viu um fantasma. A expressão de choque e descrença como se tivessem levado um susto tão grande de mal conseguem processar o que aconteceu. E não são só eles.
Alguns consumidores industriais, que carregavam estruturas exóticas de fixação do preço de compra com medo de que o mercado de açúcar em NY ultrapassasse os 30 centavos de dólar por libra-peso, concordaram em trocar esse risco por uma “excelente” fixação de – quem sabe, com muita reza – ao redor de 24-25 centavos de dólar por libra-peso. Hoje, o mercado está 700 pontos mais baixo. Algumas dessas instituições agem como verdadeiros Jim Jones das commodities, com a diferença de que apenas assistem ao suicídio coletivo. E os exemplos abundam de ambos os lados, que continuam fazendo sempre a mesma coisa, ou seja, usando estruturas tóxicas de ilusória proteção, esperando resultados diferentes. Raramente dão certo.
Então, caríssimos leitores, o fato é que o mercado futuro de açúcar em NY encerrou a semana com o vencimento julho/24 cotado a 18.10 centavos de dólar por libra-peso, depois de negociar a 17.95 centavos de dólar por libra-peso na quarta-feira, o preço mais baixo desde 31 de outubro de 2022. A queda na semana representou um encolhimento de 155 reais por tonelada para as eventuais fixações de preço da 24/25. Para 25/26, a queda foi de 125 reais por tonelada e para 26/27, 60 reais por tonelada a menos.
Imagine um trader de açúcar que caiu em um sono profundo por pouco mais de 18 meses. Ao acordar, ele se espreguiça, boceja e corre para verificar as cotações do açúcar em seu celular. Para sua surpresa, o preço está exatamente onde ele deixou! Ele pensa: “Uau, o mercado de açúcar deve ter sido bem calmo enquanto eu dormia. Que sorte a minha!” Mal sabe ele das agruras que o mercado enfrentou nesse período. Nosso despreocupado trader, alheio a tudo isso, respira aliviado. Ele ainda não tem ideia dos cabelos brancos que teria ganhado, das noites insones e das reuniões emergenciais com os clientes, caso estivesse acordado. Com um sorriso no rosto, ele se pergunta se talvez não seja uma boa ideia tirar outro cochilo. Afinal, ignorância é uma bênção.
Os fundos aumentaram a posição vendida em quase 25,000 lotes e agora carregam um total de 72,541 contratos vendidos (equivalentes a 3.7 milhões de toneladas de açúcar). Como essa posição refere-se à terça-feira passada e ontem tivemos um acréscimo na posição em aberto, tudo leva a crer que os fundos provavelmente estão com mais de 90,000 lotes vendidos. Vale a pena comentar sobre o que os fundos fizeram com o cacau e com o café recentemente, elevando as cotações de maneira súbita para depois detonarem o mercado com ainda mais força. No açúcar, no entanto, eles iniciaram a posição vendendo e aproveitaram o clima de apreensão que fez o mercado liquidar posições oriundas do mercado de balcão, bem como alguns stops de venda (ordens colocadas no mercado com o objetivo de limitar perdas) que foram acionados. Eu acredito que aí tem um ponto de vulnerabilidade por parte dos fundos. Explico.
Se os canaviais mantiverem o desempenho agrícola atual, eventualmente elevando a produção total de cana para os estimados 605 milhões de toneladas, mas que podem virar 620 milhões, não há dúvidas que NY terá enorme trabalho em ultrapassar os 20-21 centavos de dólar por libra-peso que, se antes eram suporte, hoje viraram resistência. E, dessa forma, os fundos podem deitar e rolar. No entanto, caso haja qualquer evento climático ou exógeno que comprometa a disponibilidade de açúcar a pergunta que devemos fazer é: quem vai dar liquidez para os fundos no caso de recomprarem suas posições vendidas? É essa vulnerabilidade que pode fazer o mercado retornar a patamares mais palatáveis. Digo isso porque nesse nível de preço em NY, nem Índia nem Tailândia conseguem competir.
Segundo o analista Marcelo Moreira, mais uma semana com os fundos/especuladores “jogando o mercado” para as mínimas dos últimos 18 meses! Praticamente todos os próximos 4 vencimentos (jul/24, out/24, mar/25 e mai/25) encerraram no suporte da “banda de Bollinger” dos 50 dias – ao redor dos 18.10/18.30 centavos de dólar por libra-peso. Com base no “gráfico semanal” os gráficos estão indicando uma formação “ombro-cabeça-ombro” com o Jul/24 podendo buscar os 17.10 e 16.00 centavos de dólar por libra-peso! Muito importante o Jul/24 fechar na próxima semana acima dos 18.77 centavos de dólar por libra-peso para “reverter a tendência de baixa”. Já o vencimento Jul/25 encerrou abaixo da “banda de Bollinger” dos 50 dias podendo ir buscar os 15.10 centavos de dólar por libra-peso! No curto prazo importante voltar a trabalhar acima dos 18.15 centavos de dólar por libra-peso e romper a próxima resistência a 19.23 centavos de dólar por libra-peso! Para o produtor que comprou put (opção de venda) vendendo call (opção de compra) considerem recomprar a opção de compra e aguardar novo movimento de alta para revender a opção.
E Lula, mais uma vez, provando ser um líder de visão retrógrada – digno dos tempos de Ramsés II – fez mais uma desastrosa intervenção na Petrobras. Ele demitiu o presidente e, de imediato, nomeou uma pessoa que fez parte do governo Dilma, um dos períodos mais sombrios da história recente, marcada por incompetência, destruição da economia e prejuízos na Petrobras. Essa nova indicada, dizem, não tem nenhum apreço pelo setor sucroalcooleiro. Falar sobre o que Dilma representou para o nosso mercado é desnecessário. Durante o seu trevoso governo, o setor perdeu mais de 70 bilhões de reais em receita devido à sua política irresponsável de controle de preços da gasolina. Dilma escolhia seus interlocutores, não suportava alguns líderes do setor, como uma ditadorazinha medíocre dessa esquerda mequetrefe que infesta o Brasil. Essa turma do PT nunca muda e continua a prejudicar o país com suas decisões desastrosas. Poderiam todos retornar aos seus sarcófagos.
Fonte Archer Consulting