A partir de 2025, todos os carros novos comercializados no Brasil terão de atender à oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que exigirá médias corporativas de emissões a ser atingidas pelas montadoras. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo (05/03), modelos híbridos flex e os 100% elétricos serão fundamentais para reduzir os níveis de poluentes e CO2 gerados pela frota veicular.
O Proconve terá mais duas fases a serem cumpridas pelas fabricantes automotivas em 2027 e 2029. A última etapa é considerada a mais rigorosa, pois não permitirá a comercialização de carros sem algum nível de eletrificação.
A expectativa é de que os primeiros carros puramente elétricos fabricados no Brasil chegarão ao mercado entre 2025 e 2026. As marcas GWM e BYD devem sair na frente, enquanto a nacional Lecar acelera o processo de desenvolvimento e homologação de seus produtos. Por sua vez, os híbridos flex deverão ganhar força no segundo semestre deste ano graças à entrada do grupo Stellantis neste mercado. Atualmente, o Toyota Corolla, lançado em 2019 exclusivamente para o mercado brasileiro, é o único modelo capaz de conciliar etanol, gasolina e eletricidade.
Antiga disputa com China e Coréia do Sul
O que ocorre agora no Brasil em relação ao Proconve é semelhante a obrigatoriedade de airbags frontais e freios com ABS no início da década passada. À época, as montadoras estavam preocupadas com o aumento da participação em vendas de veículos importados da China e Coreia do Sul.
Entre 2011 e 2012, em meio a protestos de montadoras instaladas no Brasil, foi estipulada uma sobretaxa de 30% conciliada a um regime de cotas.
Agora, a preocupação das montadoras recai sobre os carros eletrificados chineses. A pressão das montadoras instaladas no Brasil resultou no retorno do Imposto de Importação — até 2023, carros híbridos e elétricos estavam isentos.
Outra prova de que as conversas com o governo têm sido satisfatórias está no programa Mobilidade Verde (Mover). A iniciativa prevê mudanças no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), privilegiando, deste modo, tecnologias híbridas flex.
Fonte: Folha de S.Paulo