Petrobras anuncia primeiras entregas de SAF produzido no país

Foto: Petrobras/Divulgação

A Petrobras formalizou na sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, as primeiras entregas de combustível sustentável de aviação totalmente produzido no Brasil. O lote inicial de 3 mil m³, certificado segundo as normas da ICAO, foi direcionado a distribuidoras que operam no Aeroporto Internacional do Galeão e equivale a aproximadamente um dia de consumo nos terminais fluminenses.

A companhia é a primeira a produzir SAF integralmente no país, marco que insere o Brasil no grupo de fornecedores globais do biocombustível de baixa emissão.

O SAF pode substituir o querosene convencional sem adaptações em aeronaves ou estruturas aeroportuárias, característica que acelera sua adoção. “O produto contribui para o cumprimento das metas de descarbonização do setor aéreo e atende a exigentes padrões internacionais. Estamos antecipando condições para que o mercado nacional responda às demandas globais e avance no CORSIA”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

A legislação brasileira passa a exigir uso de SAF por companhias aéreas a partir de 2027, tanto em voos internacionais quanto domésticos, alinhando o país ao programa de compensação e redução de emissões definido pela ICAO. A Petrobras produz o combustível por coprocessamento, utilizando óleos residuais, como o técnico de milho, e óleo de soja. A parcela renovável pode reduzir em até 87% as emissões líquidas associadas ao ciclo do combustível.

A primeira remessa foi fabricada na Refinaria Duque de Caxias, no Rio, que possui autorização da ANP para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na rota atual. A Revap já realizou testes e, segundo a companhia, Replan e Regap devem integrar a produção em 2026.

A iniciativa recebeu destaque do Ministério de Minas e Energia, que classificou o lançamento como marco para a política do Combustível do Futuro. Para o coordenador-geral de Combustíveis Sustentáveis de Aviação do MME, Darlan Santos, o avanço mostra que o país reúne “condições técnicas, regulatórias e industriais para liderar a descarbonização da aviação”, reforçando competitividade e atração de investimentos.

O governo avalia que a oferta nacional abre espaço para uma cadeia produtiva mais robusta, apoiada em infraestrutura instalada, conhecimento tecnológico e ampla disponibilidade de biomassas. A expectativa é de que o SAF se torne vetor relevante de inovação e geração de valor na transição energética brasileira.

Fonte: Cana Online