A movimentação de adubos e fertilizantes pelos portos do Arco Norte aumentou 98% nos últimos quatro anos. Entre janeiro e outubro de 2021, foram recebidas 3,54 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período de 2025 o volume chegou a 7,01 milhões de toneladas, segundo dados do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“A maior participação dos portos do Arco Norte nas exportações dos produtos agrícolas, sendo a principal rota de escoamento de milho e soja, é um dos fatores que explicam essa alta a partir da utilização da modalidade de frete de retorno, visando a diminuição do custo logístico”, explica o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.
Apesar do avanço, Paranaguá (PR) permanece como principal porta de entrada de fertilizantes no país. Das 38,35 milhões de toneladas importadas entre janeiro e outubro deste ano, 9,45 milhões passaram pelo porto paranaense, o equivalente a 24,64% do total.
“No entanto, essa diferença já foi muito maior. Em 2021, o Arco Norte representava a 3ª maior porta de entrada para esses produtos e atualmente ocupa a segunda posição. Esse cenário consolida a importância dessa rota de escoamento pela região Norte do país, diante da proximidade com importantes regiões produtoras”, reforça Guth.
Embarque de grãos
Entre janeiro e outubro, os portos da região Norte embarcaram 37,38 milhões de toneladas de soja, o que representa 37,2% das exportações nacionais do grão no período, somando 100,6 milhões de toneladas, o maior volume já registrado para os dez primeiros meses do ano.
O porto de Itaqui (MA) lidera a movimentação da oleaginosa na região, com 14,7 milhões de toneladas, seguido de Barcarena (PA), com 9,17 milhões. No Sudeste e Sul, Santos embarcou 32,31 milhões de toneladas, Paranaguá 12,88 milhões e Rio Grande 7,48 milhões.
O Arco Norte também se manteve como principal rota de exportação de milho, respondendo por 41,3% dos embarques nacionais no período. Barcarena foi o porto com maior volume movimentado, com 4,68 milhões de toneladas, seguido de Itaqui, com 2,26 milhões. Santos respondeu por 33,3% das exportações brasileiras do cereal, enquanto Paranaguá registrou 11,6%.
Fretes
O Boletim Logístico informa ainda que os preços do frete para o transporte de produtos agrícolas recuaram em outubro em comparação com setembro, influenciados pela menor movimentação típica do fim da safra 2024/25.
Na comparação com outubro do ano passado, no entanto, as cotações estão mais altas. Segundo a Conab, a valorização está associada à demanda firme por milho, impulsionada tanto pelo mercado externo quanto pelo consumo interno. Setores como alimentação animal e biocombustíveis têm ampliado o uso do grão, o que aumenta a circulação do produto e sustenta os preços.
Por Globo Rural
Fonte: Brasil Agro
