Brasil e Coreia do Sul firmam parceria para inovação em defensivos

Foto: Getty Images

O Brasil e a Coreia do Sul deram um passo importante nesta semana rumo à inovação no campo: o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Rural Development Administration (RDA) assinaram um acordo de cooperação técnica para desenvolvimento conjunto de defensivos agrícolas, com foco especial em biopesticidas, alternativas aos produtos químicos tradicionais.

Na reunião realizada em Seul, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart, e o diretor da RDA, Seungdon Lee, destacaram que, apesar de o Brasil já ser líder global no uso de produtos biológicos, o segmento de bioherbicidas ainda não conta com soluções comercialmente disponíveis no mundo, um desafio que a parceria pretende superar com tecnologia e regulamentação alinhadas.

Além da reunião, a delegação brasileira visitou centros de pesquisa de ponta da Coreia do Sul, como o National Agrobiodiversity Center e o National Institute of Agricultural Sciences, onde foram apresentados projetos de biodiversidade, fenotipagem e modelagem de cultivos, tecnologias que poderão servir de base para o desenvolvimento de defensivos mais sustentáveis aplicáveis ao agronegócio brasileiro.

O que muda para o agro brasileiro

Para o produtor rural, a cooperação pode representar uma nova geração de insumos: defensivos com menor impacto ambiental, potencialmente mais seguros para o solo, para os trabalhadores e para o consumidor final.

Isso também abre a perspectiva de reduzir a dependência de defensivos químicos, uma demanda crescente por parte de mercados mais exigentes, seja no Brasil ou no exterior.

Do ponto de vista regulatório e técnico, a harmonização entre os dois países pode acelerar a aprovação de biopesticidas, com avaliação conjunta de segurança e eficácia.

Isso pode acelerar o lançamento de soluções adaptadas às realidades tropicais brasileiras, o que seria um diferencial competitivo importante.

Finalmente, a parceria sinaliza um fortalecimento da agenda de inovação e sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A jornada até a comercialização de novos biopesticidas nem sempre é curta: será preciso adaptar testes e resultados para o clima, solo e pragas típicas do Brasil, muito diferentes dos da Coreia do Sul.

Também será necessário garantir regulação e aprovação por agências nacionais, como o processo de registro no Brasil.

Além disso, a adoção ampla depende de aceitação dos produtores. Será fundamental que os novos defensivos ofereçam custo-benefício competitivo, eficácia real em campo e suporte técnico para uso. Do contrário, pode haver resistência, especialmente em regiões de produção intensiva.

O agro exportador deve observar como essas inovações se alinham às exigências dos mercados internacionais. A transição poderá exigir rastreabilidade, certificações e conformidade com normas de sustentabilidade, o que pode representar investimento adicional.

Fonte: Agrofy