
A consultoria Datagro revisou para baixo suas projeções sobre o mercado global de açúcar, estimando agora um excedente de apenas 1 milhão de toneladas. A revisão está diretamente ligada à redução na produção do Centro-Sul do Brasil e da Índia, dois dos maiores produtores mundiais do adoçante.
De acordo com a empresa, a produção brasileira deve encerrar 2024 com 40,8 milhões de toneladas, ante 41,1 milhões de toneladas previstas anteriormente. O motivo seria o encerramento antecipado das operações das usinas e mudanças estratégicas na destinação da cana-de-açúcar, com maior direcionamento para o etanol.
Usinas priorizam etanol diante de preços mais atrativos
A Datagro ajustou também o chamado “mix de açúcar”, que representa a parcela da cana destinada à fabricação do produto, de 51,6% para 51,2%. A expectativa é de que as usinas iniciem a safra de 2025/26 com maior foco na produção de etanol, impulsionadas pelos melhores preços do biocombustível em comparação aos do açúcar.
Neste mês, os preços do açúcar bruto em Nova York atingiram o menor patamar dos últimos cinco anos, o que reforça a tendência de priorização do etanol nas próximas safras.
Chuvas reduzem teor de açúcar na Índia
A consultoria também revisou sua previsão para a safra indiana, cortando a produção em 700 mil toneladas, para 32,1 milhões de toneladas. O ajuste reflete os impactos das chuvas excessivas, que reduziram o teor de sacarose na cana e, consequentemente, o rendimento da produção.
Demanda global segue firme com compras da China e Indonésia
Segundo a Datagro, importadores globais como China e Indonésia aproveitaram os preços mais baixos para aumentar suas compras de açúcar, movimento que deve continuar no curto prazo.
O Brasil, que segue como o maior exportador mundial de açúcar, registrou um recorde histórico de embarques em outubro, com 4,2 milhões de toneladas exportadas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Fonte: Portal do Agronegócio