
O Brasil colhe neste mês a maior safra de canola da história. Segundo a Conab, a produção de 309 mil toneladas supera em 58% o volume do ano passado. A área cultivada também cresceu, passando de 147,9 mil para 211,8 mil hectares — sendo 99% no Rio Grande do Sul.
Embora o grão seja tradicionalmente usado na produção de óleo comestível e tenha demanda no mercado externo, o avanço recente da cultura no país está ligado ao crescimento das indústrias de biodiesel, que usam a canola como matéria-prima. Novos investimentos e programas de incentivo, como fornecimento de sementes, insumos e seguro agrícola, estimulam produtores.
O Rio Grande do Sul concentra os principais projetos. A oleaginosa tem atraído a indústria por seu alto rendimento: o teor de óleo é de cerca de 40%, o dobro do obtido na soja. Essa eficiência, somada à expansão de áreas disponíveis no inverno, faz da canola uma alternativa de rotação que complementa a renda do produtor.
Segundo a Emater/RS, a cultura passou de 50 mil hectares para mais de 200 mil hectares em apenas quatro anos, consolidando-se como opção para a segunda safra gaúcha. A canola tem sido uma oportunidade importante para o produtor do Estado, que carece de alternativas rentáveis no inverno.
Atualmente, as lavouras de verão — soja, milho e arroz — ocupam cerca de 9 milhões de hectares no Rio Grande do Sul, enquanto as de inverno somam menos de 1,5 milhão. O avanço da canola pode ajudar a equilibrar esse cenário e fortalecer o agronegócio regional.
Fonte: Grupo A Hora