Preços nos postos: Etanol e gasolina voltam a cair na média nacional

Visor digital em bomba de abastecimento de gasolina e etanol
Foto José Cruz/Agência Brasil

Entre os dias 17 e 23 de agosto, os preços do etanol caíram, após duas semanas de elevação, e os da gasolina baixaram depois de uma breve alta na média nacional. O biocombustível foi negociado por R$ 4,17/L, retração de 0,5% frente os R$ 4,19/L da semana anterior. Já o seu concorrente fóssil foi vendido a R$ 6,19/L, com baixa de 0,2% ante R$ 6,20/L no mesmo comparativo.

Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.

Ainda assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 67,4% na média nacional, abaixo dos 67,6% do período anterior. Considerando as médias estaduais, o biocombustível é tido como competitivo em sete estados.

De 18 a 22 de agosto, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,683/L, elevação de 1,1% ante os R$ 2,6551/L da semana anterior. Já as usinas goianas passaram por uma alta de 1,4%, enquanto as mato-grossenses subiram 2,1%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.

Variações nos estados

Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 274 cidades brasileiras, duas a mais do que na semana anterior.

De acordo com a ANP, de 17 a 23 de agosto, os preços médios do etanol caíram em dez estados e no Distrito Federal, aumentaram em dez e ficaram estáveis em seis. Já os da gasolina tiveram queda em dez unidades da federação, subiram em nove e se mantiveram em oito.

Em São Paulo, o valor médio do biocombustível ficou estável em R$ 3,97/L, enquanto o da gasolina caiu 0,3%, para R$ 6,04/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 65,7%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.

Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,21/L, redução de 4,3%. Já a gasolina caiu 0,5%, para R$ 6,16/L. Dessa forma, a relação entre os valores dos combustíveis foi de 68,3%, com vantagem econômica para o consumo do renovável.

Por sua vez, em Minas Gerais, os preços do etanol caíram 0,7%, para R$ 4,17/L, e os da gasolina se estabilizaram R$ 6,09/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 68,5% do preço do combustível fóssil, com o biocombustível sendo considerado competitivo.

Em Mato Grosso, o valor médio do etanol aumentou 0,2%, para R$ 4,13/L, e o da gasolina subiu 0,2%, indo a R$ 6,29/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 65,7%.

Já em Mato Grosso do Sul, o etanol ficou estável em R$ 3,87/L, o menor valor dentre todos os estados. A gasolina também não registrou alteração, a R$ 5,95/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65% do preço de seu concorrente fóssil, em um resultado economicamente favorável para o consumo do renovável e o mais competitivo do país.

Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 67,8% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,2%, para R$ 4,40/L, e o da gasolina ficou estável em R$ 6,49/L.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Corte de gastos

Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.

Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Em 8 de agosto, a ANP anunciou que a liberação de recursos deve permitir que a amostragem chegue a até 417 localidades.

Por Gabrielle Rumor Koster

Fonte: NovaCana